Conteúdos negligenciados no ensino de Ciências
Influências do planejamento, da execução e da avaliação das atividades em aula
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2022.1.39410Palavras-chave:
Conteúdos negligenciados, Educação Básica, Ensino de Ciências, Análise Textual Discursiva, Ensino FundamentalResumo
O objetivo foi verificar como a prática docente, frente ao planejamento, à execução e à avaliação das atividades desenvolvidas em sala de aula, promove ou suprime a negligência de conteúdos do componente curricular de Ciências da Natureza. Realizou-se uma investigação qualitativa do tipo estudo de caso. O locus foi escolas públicas da região metropolitana de Porto Alegre/RS, Brasil. Para a coleta de dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada, a partir de uma questão confrontativa baseada na realidade, e a observação direta de aulas. Participaram da entrevista dez professores de Ciências da Natureza do Ensino Fundamental dos anos finais. O método de análise de dados foi a Análise Textual Discursiva. Buscou-se como enfoque a apresentação da categoria emergente “planejamento, execução e avaliação das atividades em aula”, a qual apresenta um maior número de argumentos relacionados àquestão norteadora e ao objetivo da investigação. Por fim, observou-se que a falta de planejamento, a execução das aulas de forma transmissiva e a avaliação baseada na memorização de conceitos, não atendendo às necessidades dos estudantes quanto a sua formação como cidadãos, são fatores relacionados à prática de negligenciar conteúdos no Ensino de Ciências.
Downloads
Referências
BERNINI, D.; GARCIA, S.; COSTA NETO, P. L. O. Objetivos procedimentais, atitudinais e conceituais na avaliação da aprendizagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 1., 2012, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Unicamp, 2010. p. 1-10.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. Brasília: Conselho Nacional de Educação, 2018.
BRASIL. Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da Prepública, 1996.
CARMAGNANI, A. M. G. A concepção de professor e de aluno no livro didático e o ensino de redação em LM e LE. In: CORACINI, M. J. R. F. (org.). Interpretação, Autoria e Legitimação do Livro Didático. Campinas: Pontes,1999. p. 56-99.
CARVALHO, A. M. P. O que há em comum no ensino de cada um dos conteúdos específicos. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (coord.) et al. Formação continuada de professores: uma releitura das áreas de conteúdo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. p. 33-84.
CARVALHO, A. M. P. Ensino e aprendizagem de Ciências: referenciais teóricos e dados empíricos das sequências de ensino investigativas − (SEI). In: LONGHINI, M. D. (org.). O uno e o diverso na educação. Uberlândia: EDUFU, 2011. p. 27-65.
CARVALHO, M. T. de (org.) et al. Educação 3.0: Novas perspectivas para o ensino. Porto Alegre: Unisinos, 2017.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1.
COLL, C. et al. Os conteúdos na reforma: Ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
COLL, C. Psicologia e Currículo: Uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. 5. ed. São Paulo: Ática, 2002.
COLL, C; VALLS, E. A aprendizagem e o ensino dos procedimentos. In: COLL, C et al. Os conteúdos na reforma: Ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. p. 43-78.
CONCEIÇÃO, J. S. et al. A importância do Planejamento no Contexto Escolar. Revista da Faculdade São Luís de França, Sergipe, v. 4, n. 4, 2016.
COSTA, A. R. F. A ação docente numa perspectiva construtivista. In: KULLOK, M. G. B. (org.). Relação professor-aluno: contribuições à prática pedagógica. Maceió: Edufal, 2002. p. 36-88.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de ciências: Fundamentos e método. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
DEMO, P. Educar pela pesquisa. 10. ed. Campinas: Autores Associados, 2015.
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. Handbook of Qualitative Research. Califórnia: Sage Publications, 1994.
DOWBOR, L. Tecnologias do conhecimento: os desafios da educação. Petrópolis: Vozes, 2001.
FERNANDES, C. O.; FREITAS, L. C. Indagações sobre currículo: currículo e avaliação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. v. 44.
FLICK, U. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2009.
FLORES, M. A. Algumas reflexões em torno da formação inicial de professores. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 182-188, 2010.
FRACALANZA, H.; MEGID NETO, J. (org.). O livro didático de Ciências no Brasil. Campinas: Komedi, 2006.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
FUSARI, J. C. O papel do planejamento na formação do educador. São Paulo: SE/CENP, 1988.
GARCÍA-VALCÁRCEL, A.; BASILOTTA, V.; LÓPEZ, C. Las TIC en el aprendizaje colaborativo en el aula de Primaria y Secundaria. Revista Comunicar, [S. l.], v. 42, p. 65-74, 2014.
GUIMARÃES, F. M.; MEGID NETO, J.; FERNANDES, H. L. Como os professores de 6º ao 9º anos usam o livro didático de ciências. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 8., 2011, Campinas. Anais [...]: Campinas: Unicamp, 2011.
HARTMANN, A. C. et al. A importância da aula expositiva dialogada no Ensino de Ciências e Biologia. In: ENCONTRO DE DEBATES SOBRE TRABALHO, EDUCAÇÃO E CURRÍCULO INTEGRADO, 2., 2019, Santo Ângelo. Anais [...]. Santo Ângelo: IFFAR, 2019.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
LIBÂNEO, José Carlos. A teoria do ensino para o desenvolvimento humano e o planejamento de ensino. Revista Educativa - Revista de Educação, Goiânia, v. 19, n. 2, p. 353-387, 2017.
LIMA, V. M. R. E na prática o que fazer? In: GRILLO, M. C. et al. (org.). A gestão da aula universitária na PUCRS. Porto Alegre: Edipucrs, 2008. p. 29-69.
LIMA, V. M. R.; GRILLO, M. C. Como organizar os conteúdos científicos de modo a construir um currículo para o século 21? In: GALIAZZI, M. do C. et al. (org.). Aprender em rede na educação em ciências. Ijuí: Unijuí, 2008. p. 25-69.
MORAES, R; GALIAZZI, M. do C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Unijuí, 2007.
POZO, J. I. A aprendizagem e o ensino de fatos e conceitos. In: COLL, C. Os conteúdos na reforma: Ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. p. 76-123.
RAMOS, J. F. P. et al. Trabalho docente: alienação, autonomia e gestão escolar. Fortaleza: EDUECE, 2013.
SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1987.
SILVA, T. T. O que produz e reproduz em educação: ensaios de Sociologia da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
SOUSA, A. S. et al. Jogos e modelos didáticos, associados à aula expositiva dialogada, no ensino de citologia. Experiências em Ensino de Ciências, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 195-211, 2021.
TONUCCI, F. Contributo para a definição de um modelo educativo: da escola transmissiva à escola construtiva. Análise Psicológica, [S. l.], v. 1, n. 5, 169-178, 1986.
UNESCO. DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir − Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Brasília: Unesco, 2010.
UNESCO. Educação para a cidadania global: preparando alunos para os desafios do século XXI. Brasília: UNESCO, 2015.
UNESCO. Repensar a educação: rumo ao bem comum mundial? Brasília: UNESCO, 2016.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 18. ed. São Paulo: Libertad, 2008.
YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
ZABALA, A. A prática educativa: Como ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Educação Por Escrito
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Educação Por Escrito implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Educação Por Escrito como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.