Alteridade, ética e diversidades de gênero na (trans)formação de operadores do Direito e da cultura jurídica
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2019.2.36672Palavras-chave:
Diversidades de Gênero, Ética da Alteridade, Formação Acadêmica, Cultura Jurídica.Resumo
O presente artigo traz ao debate a importância das questões inerentes às diversidades de gênero estarem contempladas na formação dos operadores do Direito. Partimos da constatação do exaurimento da cultura jurídica centrada nos valores e práticas adversariais, de maximização do ganho individualista e desumanização das relações sócio-políticas. O estudo filia-se ao entendimento de que diferentes saberes estão relacionados a diferentes costumes, condutas e práxis. Assim, transformações na matriz de conhecimentos que formam cidadãos têm potencial para produzir transformações nas relações sociais. Adota-se referencial teórico interdisciplinar com aportes das Ciências Sociais, Direito, Educação e Filosofia a fim de avaliar a inserção de temas relativos às diversidades de gênero como obrigatórios nos projetos pedagógicos e currículos de cursos de graduação em Direito de Porto Alegre, RS, e região, conforme a Política de Educação em Direitos Humanos vigente. Destacam-se os conceitos de conflito, política, ética e alteridade, em Jacques Rancière, liberalismo, racionalidade política, lutas transversais e saber-poder em Michel Foucault para sustentar a necessária transformação da cultura jurídica e da formação acadêmica. Afirma-se o potencial individual não como bem em si, mas para que se promova a integração a partir das diferenças e da pluralidade, critério ético pautado pela alteridade e integralidade humana.Downloads
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