Escritos outros, poemas intermináveis: vida, pesquisa e educação
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2015.1.17260Palavras-chave:
Educação. Produção acadêmica. Filosofia.Resumo
A palavra é líquida. Ela invade, perpassa e fere. É ela quem odeia ou ama a vitalidade do ar entrando nos pulmões. Ela implode. Arranca. Desola e sequestra. É ela que aterra as olheiras dos vulcões. Quimera alada. É ela quem dança, não dançarino. É ela quem escreve, não o escritor. É ela quem serpenteia pelo corpo das serpentes. Caverna de figuras pictóricas. Gotículas invisíveis que vem nos visitar de madrugada. Repentes amarelos. Sonhos guarnecidos. Figuras turvas na linha do horizonte. Uivos medonhos, risadas tristes, cantos de dor... Qual o real valor de nossas produções? Qual o grau de envolvimento estamos dispostos a ter com elas? Qual o real impacto de nossas produções na realidade que nos cerca? Como nós, estudantes, pesquisadores, e teóricos das ditas ciências humanas estamos comprometidos com mudanças nesta realidade, que por vezes, tanto criticamos? Escrever é sempre um ato poético. Escrevemos na tentativa de eternizar o que não se vê. De captar o que nos acontece. Às vezes conseguimos fazer isso por um momento. Às vezes tudo nos escapa... Este ensaio propõe uma reflexão sobre a produção acadêmica. E vai à contramão do que tradicionalmente se entende por “escrita acadêmica”, propondo pensar sobre a construção de uma escrita-vida. Baseando-se em conceitos filosóficos de Gilles Deleuze, articula a ideia de escrita e produção acadêmico-científica para se pensar nas possibilidades de uma educação produtora de novas relações com a vida que nos habita.
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Referências
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