A gênese e o desenvolvimento da empatia: fatores formativos implicados

Autores

  • Gisele Schmidt Moitoso Universidade La Salle Bolsista de Iniciação Científica do Programa de Pós-Graduação em Educação e acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade La Salle (Canoas/RS).
  • Cledes Antonio Casagrande Universidade La Salle Doutor em Educação pela PUC/RS. Docente e pesquisador do PPG em Educação – Mestrado e Doutorado – da Universidade La Salle (Canoas/RS).

DOI:

https://doi.org/10.15448/2179-8435.2017.2.28515

Palavras-chave:

Empatia, Infância, Desenvolvimento humano, Formação.

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa de natureza qualitativa, em andamento, sobre a gênese da empatia e sobre o modo como ocorre o seu desenvolvimento na infância. A metodologia utilizada compõe-se de revisão bibliográfica e análise hermenêutica. Os dados da pesquisa permitiram compreender a empatia como a capacidade natural que um indivíduo tem de ser tocado pelo estado emocional alheio. Ademais, do estudo emergiram outros três aspectos referentes à empatia. O primeiro, oriundo de uma aproximação histórico-conceitual, permite entender a empatia como uma competência já conhecida, primariamente denominada ‘simpatia’, e relacionada à experiência estética do ser humano. O segundo relaciona a gênese da empatia a duas vertentes: uma vinculada aos estudos com crianças, que detectou a presença da empatia em bebês, e outra que compreende a empatia em um contexto evolucionista, como uma característica compartilhada com outros animais mamíferos. O terceiro aspecto aponta a possibilidade de formar a empatia e outros elementos da moralidade humana desde o nascimento. Dado que a empatia consiste em uma competência fundamental à convivência humana, presente desde o nascimento, é preciso e possível promovê-la pela via da formação familiar e escolar.

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Publicado

2017-12-31

Como Citar

Moitoso, G. S., & Casagrande, C. A. (2017). A gênese e o desenvolvimento da empatia: fatores formativos implicados. Educação Por Escrito, 8(2), 209–224. https://doi.org/10.15448/2179-8435.2017.2.28515

Edição

Seção

Artigos