Configurações espaciais entre cinema e teatro no filme O Ébrio
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2020.1.37362Palavras-chave:
O Ébrio, Gilda de Abreu, Mise en scène, Teatro, IntermidialidadeResumo
Lançada em 1941 com grande sucesso, a peça teatral O Ébrio de Vicente Celestino foi transposta para o cinema por Gilda de Abreu na Cinédia em 1946. O artigo analisa continuidades, intersecções e entrelaçamentos entre teatro e cinema na forma do filme de Abreu em perspectiva histórica, com o objetivo de observar como esses elementos integram a composição espacial do filme. Se esses fatores estão diretamente relacionados a uma concepção de mise en scène que privilegia o movimento interno no plano, caracterizando seu estilo, o estudo da alusão ao espaço cênico é feito a partir de recorrências nos seguintes procedimentos: a encenação em tableau, os espaços vazios próximos à câmera, o uso das figuras dorsais e a existência de uma plateia diegética. Observa-se assim a reatualização de técnicas comuns entre as duas mídias envolvidas na adaptação e a existência de vestígios estilísticos relacionados a outros períodos históricos.
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