Crítica de cinema e patrulha ideológica: o caso Xica da Silva de Carlos Diegues
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2016.3.23120Palavras-chave:
Crítica cinematográfica, Cinema novo, Xica da SilvaResumo
O cineasta Carlos Diegues cunhou em 1978 o termo “patrulhas ideológicas” em referência a alguns críticos de cinema de esquerda que tentariam controlar a produção artística, a partir de suas motivações políticas. O ponto de atrito inicial nasceu após os comentários negativos da imprensa alternativa sobre Xica da Silva (1976). O artigo examina a recepção crítica dos jornais ao filme de Diegues, fornecendo especial atenção aos textos que criaram o debate. Naquele momento, a cultura do nacional popular era usada como critério de análise para os filmes brasileiros. Elucidamos em primeira mão os bastidores e a polêmica interna causada por Xica no jornal alternativo Opinião, num período de crescente fragmentação da esquerda.
Downloads
Referências
A HISTÓRIA do Brasil segundo Cacá Diegues. Movimento, n. 65, p. 17, 27 set. 1976.
ASSIS, Machado de. “Teoria do Medalhão”. In: Papéis avulsos. Obra completa, v. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994 [1882].
AVELLAR, José Carlos. Luz, cama, ação. Jornal do Brasil. Pasta sobre Xica da Silva da Cinemateca Brasileira, s/d.
_________. O cinema dilacerado. Rio de Janeiro: Alhambra, 1986.
_________. Os subversivos. Jornal do Brasil. s.d. Pasta sobre Xica da Silva da Cinemateca Brasileira.
AUGUSTO, Sérgio. Uma simbólica e sensata soma de forças. Veja, 8 set. 1976.
BASTOS, Júlio Cesar Montenegro. Entrevista concedida a Margarida Maria Adamatti. São Paulo, 2014.
BERNARDET, Jean-Claude. A festa de um público não é a festa do povo. Última Hora. 21 set. 1978.
__________. Brasil em tempo de cinema. São Paulo: Cia das Letras, 2007 [1967].
BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
CALLADO, Antonio. Bem nascido e bem dotado. Opinião, n. 206, p. 20, 15 out. 1976.
CAKOFF, Leon. Um deboche mal debochado. Diário de S. Paulo, 23 set. 1976.
CASTRO, Tarso de. Xica da Silva diz mais do que o Jornal Nacional. [s/d.: s/n.: s/l]. Cinemateca Brasileira, Pasta sobre o filme.
DIEGUES, Carlos. Por um cinema popular sem ideologias. Entrevista concedida a Pola Vartuck. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 16, 31 ago. 1978.
________. Vida de cinema – antes, durante e depois do Cinema Novo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
EAGLETON, Terry. Marxismo e crítica literária. São Paulo: Unesp, 2011 [1976].
FERREIRA, Jairo. Um não à pornochanchada. Folha de S. Paulo, 08 set. 1976.
FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.
FORTES, José Inácio Correia. Rumos da cultura nacional. Movimento, n. 73, p. 19, 22 nov. 1976.
FREDERICO, Carlos. Abacaxica. Opinião, n. 206, p. 18, 15 out. 1976.
FREYRE, Gilberto. A propósito de “Xica da Silva”. Diário de Pernambuco, 18 dez. 1977.
HASENBALG, Carlos. Copiando o senso comum. Opinião, n. 206, p. 19, 15 out. 1976.
HOLLANDA, Heloisa B; MESSEDER, Carlos (orgs.). Patrulhas ideológicas. São Paulo: Brasiliense, 1980.
KENSKI, Vani Moreira. O fascínio de Opinião. 1990. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Unicamp, Campinas, 1990.
KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários – nos tempos da imprensa alternativa. São Paulo: Editora Página Aberta, 1991.
MARANHÃO, Malu. O tropicalismo no cinema nacional. Última Hora, 12 mar. 1979.
MARTINA, Telma. Uma anedota engraçada apenas na trilha sonora. Jornal da Tarde, 16 set. 1976.
MATTA, Roberto da. A hierarquia e o poder dos fracos. Opinião, n. 206, p. 19, 15 out. 1976.
MENDES, Oswaldo. Jorge Bem e a Xica da Silva, Xica da Silva. Última Hora, 8 set. 1976.
NAPOLITANO, Marcos. Coração civil: arte, resistência e lutas culturais durante o regime militar brasileiro (1964-1980). 2011. Tese (Livre-Docência) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
_________. Cultura brasileira: utopia e massificação (1950-1980). São Paulo: Contexto, 2001.
_________. “O caso das patrulhas ideológicas na cena cultural brasileira do final dos anos 70”. In: FILHO, João Roberto Martins (org.). O golpe de 1964 e o regime militar – novas perspectivas. São Carlos: Edufscar, 2006.
__________. Seguindo a canção – engajamento político e indústria cultural na MPB (1959-1969). São Paulo: Annablume/Fapesp, 2001a.
NASCIMENTO, Beatriz. A senzala vista da casa grande. Opinião, n. 206, p. 20-21, 15 out. 1976.
RONCARI, Luís; Maar, Wolfgang. O novo samba enredo de Xica da Silva. Movimento, n. 65, p. 17, 27 set. 1976.
SINGER, Paul; Brant, Vinicius Caldeira. São Paulo: o povo em movimento. Petrópolis: Editora Vozes, 1982.
SOBREIRA FILHO, Enoque Feitosa. A história de pernas para o ar. Movimento, n. 75, p. 19, 06 dez. 1976.
TEIXEIRA, Luís Otávio. A Xica da Silva não é nada sem o seu João Fernandes. Movimento, n. 70, p. 18, 01 nov. 1976.
XICA da Silva. Jornal da Manhã. 07 set. 1976.
XICA da Silva – genial? Racista? Digno do Oscar? Abacaxi? Opinião, n. 206, p. 18-21, 15 out. 1976.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.