Conservadorismo moral, indeterminação da condição humana e ética democrática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.2.35895

Palavras-chave:

conservadorismo moral, condição humana, falibilismo, ética democrática

Resumo

O artigo argumenta que o conservadorismo moral da « comunidade moral bolsonarista » baseia-se em uma noção fechada e dogmática de mundo, assim como na ideia fundamentalista de ser humano como essência pronta e numa ontologia antropológica hierarquizada. A partir desse passo, recorre-se ao pragmatismo falibilista de Bernstein como referência crítica ao conservadorismo moral autoritário e ao perigo de fechamento do espaço público que ele representa. Na sequência, procura-se mostrar que essa maneira pública e crítica de pensar dá origem a uma noção aberta e plural de mundo e à compreensão da condição do ser humano como indeterminada, condição que contradiz o desejo irracional e desmesurado de onipotência. Conclui-se, por fim, defendendo-se que é o nexo entre mundo aberto e fragilidade humana, no marco de uma ética democrática, que cria as condições propícias para experiências éticas e formativas.

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Biografia do Autor

Claudio Almir Dalbosco, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS.

Doutor em Filosofia pela Universidade de Kassel, em Kassel, Alemanha; professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) em Passo Fundo, RS.

Angelo Vitório Cenci, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS.

Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas, SP, Brasil; professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) em Passo Fundo, RS.

Miguel da Silva Rossetto, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS.

Doutor em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF), em Passo Fundo, RS, Brasil; professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) em Passo Fundo, RS.

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Publicado

2020-09-01

Como Citar

Dalbosco, C. A., Cenci, A. V., & Rossetto, M. da S. (2020). Conservadorismo moral, indeterminação da condição humana e ética democrática. Educação, 43(2), e35895. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.2.35895

Edição

Seção

Dossiê: Formação em Movimento