Internacionalização da educação superior
Um estado de conhecimento sobre o programa Ciência sem Fronteiras
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2022.1.36989Palavras-chave:
internacionalização da Educação, mobilidade acadêmica, Programa Ciência sem FronteirasResumo
O presente artigo apresenta um breve panorama sobre a internacionalização da educação superior no Brasil, especificamente quanto à mobilidade acadêmica proporcionada pelo Programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Para tal, traz, inicialmente, uma revisão de literatura sobre o processo histórico, os principais conceitos e debates que envolvem a temática em questão. O estudo apresenta, ainda, uma pesquisa de estado de conhecimento de modo a identificar perspectivas e enfoques de teses e dissertações publicadas nos programas de pós-graduação do país sobre o CsF. Nessas publicações, o foco foi identificar dificuldades e potencialidades em experiências de mobilidade acadêmica internacional via CsF. Nesse aspecto, foi possível constatar que as principais dificuldades encontradas pelos estudantes brasileiros durante a mobilidade estiveram direcionadas para a proficiência linguística, dificuldades de adaptação, o retorno ao Brasil, preconceito/discriminação, conteúdo curricular, convalidação das disciplinas cursadas na instituição receptora, atrasos nas bolsas, falta de comunicação com as instituições gestoras do programa, e falta de aulas expositivas. Já as potencialidades resumiram-se ao desenvolvimento pessoal, à ampliação de uma visão crítica, ao aperfeiçoamento linguístico, ao enriquecimento do currículo, às redes de contato/network, e às trocas de experiências e conhecimentos. Ao mesmo tempo, esses estudos apontam que, em meados de 2016/2017, houve significativos retrocessos nos investimentos dessa política de internacionalização da educação superior, os quais estão associados ao enxugamento de contas e a não continuidade dos investimentos em educação.
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