Conservadorismo moral, indeterminação da condição humana e ética democrática
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2020.2.35895Palavras-chave:
conservadorismo moral, condição humana, falibilismo, ética democráticaResumo
O artigo argumenta que o conservadorismo moral da « comunidade moral bolsonarista » baseia-se em uma noção fechada e dogmática de mundo, assim como na ideia fundamentalista de ser humano como essência pronta e numa ontologia antropológica hierarquizada. A partir desse passo, recorre-se ao pragmatismo falibilista de Bernstein como referência crítica ao conservadorismo moral autoritário e ao perigo de fechamento do espaço público que ele representa. Na sequência, procura-se mostrar que essa maneira pública e crítica de pensar dá origem a uma noção aberta e plural de mundo e à compreensão da condição do ser humano como indeterminada, condição que contradiz o desejo irracional e desmesurado de onipotência. Conclui-se, por fim, defendendo-se que é o nexo entre mundo aberto e fragilidade humana, no marco de uma ética democrática, que cria as condições propícias para experiências éticas e formativas.
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