“A razão é uma prostituta”: fundamentos de uma epistemologia luterana
DOI:
https://doi.org/10.15448/0103-314X.2019.1.35708Palabras clave:
Fé. Razão. Teologia da Cruz. Paradoxo. Epistemologia Reformada. Epistemologia Luterana.Resumen
Na teologia luterana, como também na maior parte da teologia cristã que o precedeu, o tema da relação “fé” e “razão” ocupa lugar importante. Ele está implicado ou é até mesmo diretamente tratado sempre que se põe em debate a natureza do saber teológico, a condição do teólogo cristão e da teologia cristã e as esferas de sentido e responsabilidade da fé como dom e condição humana e da razão ou da racionalidade como dom para a criação e condição humana no mundo. Apesar de suas muitas e variadas notas críticas, na “filosofia cristã” medieval a aliança entre metafísica e teologia apresenta contornos e direções claras de possibilidades; Lutero, por sua vez, parece ter rejeitado qualquer margem de sucesso para uma abordagem de cunho “escolástico” para o conhecimento de Deus, e isso se cristaliza na sua expressão crítica para a condição da razão humana quanto ao conhecimento teológico: “a razão é uma prostituta”. Recentemente, a temática da racionalidade implícita na atitude de fé que move o cristão em suas crenças e ações, bem como o teólogo e a
teologia cristã, foi reelaborada na tradição reformada calvinista, em um programa de problematização da racionalidade da fé, em meio à atmosfera de profundo cientificismo do conhecimento na era contemporânea, por um lado, e, por outro lado, de fideísmo nas reações evangélico-protestantes à crítica externa oriunda das ciências exatas e da natureza. Articulou-se uma “epistemologia reformada”, que tange a natureza da racionalidade em geral e da racionalidade da fé em específico, oferecendo uma nova abordagem da justificação racional das crenças cristãs. Poderia haver, face a motivações semelhantes ou mesmo diante de propósitos distintos, uma teoria símile na tradição luterana, ou seja,
uma “epistemologia luterana”? O presente estudo pretende esboçar uma resposta a essa pergunta, explorando uma comparação com os termos da epistemologia reformada e da teologia luterana sobre a crença cristã.
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