Raça, gênero, classe e outras interseccionalidades na comunicação de marcas:
Uma proposta de análise interseccional semiótica
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2023.1.43673Palavras-chave:
Negritude, Semiótica, Interseccionalidade, RepresentaçãoResumo
Apresentamos uma análise das representações da negritude na publicidade a partir da combinação das teorias interseccional (CRENSHAW, 2002) e semiótica (PEIRCE, 1931). Analisamos peças de comunicação veiculadas em anúncios de revista e no Instagram da marca Vivo em 2018, avaliando os cruzamentos das avenidas identitárias. Os resultados apontam que a representação da negritude, associada a matrizes de gênero e classe, ainda é formada por interpretantes baseados no mito de democracia racial (GONZALEZ, 1984), ainda pouco contraintuitivas (LEITE, 2014) e com representações limitadas sobre a negritude, presas a imagens de controle (COLLINS, 2019) em um regime racializado de representação (HALL, 2016).
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