Insensibilidade e estranhamento nas cidades
O poder simbólico da arquitetura hostil
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2022.1.43020Palavras-chave:
arquitetura hostil, desigualdade social, gênero, poder simbólico, educação para a visãoResumo
Em nossa rotina diária, muitas vezes, não percebemos (estranhamos) a formação de arquiteturas hostis que foram constituindo-se ao longo dos anos nos espaços urbanos. Este trabalho propõe-se a analisar a arquitetura hostil a partir do conceito de poder simbólico de Bourdieu por meio de uma educação para a visão. Observamos o quanto esses recortes (representados pelas fotografias) podem exercer pressões de regulações de gênero bem como promover o combate às vítimas e não à causa dos problemas sociais – retira-se a possibilidade das pessoas de permanecerem em locais e ignora-se a necessidade de espaços de convivência ou, em maior medida, enfatiza-se as desigualdades sociais.
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