Os meios de comunicação e o suicídio: uma breve genealogia da narrativa da própria morte

Autores

  • Ieda Tucherman Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Ericson Saint Clair Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2009.38.5300

Palavras-chave:

Suicídio, subjetividade, ciberespaço

Resumo

Abordamos, em perspectiva genealógica, a questão do suicídio em relação com os meios de comunicação. O caso do jovem brasileiro que narrou o próprio suicídio na Internet é ponto de partida para investigarmos de que forma o ciberespaço interfere na criação de si. Para redimensionar o problema, tratamos de dois outros casos: a publicação, no século XIX, de “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe - e a profusão de suicídios decorrentes dela - e a morte do roqueiro Kurt Cobain, em um século XX profundamente mediado pela cultura de massas. Sugerimos que o suicídio é, fundamentalmente, uma questão de biopolítica, em um contexto em que a mídia tem importante papel em nossa atualidade de medicina salvacionista.

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Biografia do Autor

Ieda Tucherman, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Ericson Saint Clair, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Como Citar

Tucherman, I., & Clair, E. S. (2009). Os meios de comunicação e o suicídio: uma breve genealogia da narrativa da própria morte. Revista FAMECOS, 16(38), 44–50. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2009.38.5300

Edição

Seção

Relações Sociais e Culturais