A educação do campo no Estado do Espírito Santo: os movimentos sociais e a materialização das lutas
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2019.1.30380Palavras-chave:
Educação do campo. Movimentos Sociais. Pedagogia da AlternânciaResumo
O presente artigo tem como objetivo central caracterizar a Educação do Campo no Espírito Santo, apresentando as experiências educacionais que vêm se constituindo como alternativa de resistência dos camponeses ao padrão de desenvolvimento estabelecido pelo capital. Dentre essas iniciativas destacamos: o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), as Escolas Comunitárias Rurais (ECORS), Regional das Associações dos Centros Familiares de Formação em Alternância do Espírito Santo (RACEFFAES), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Espírito Santo (FETAES), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Educação Indígena, Educação Quilombola e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Essas entidades e movimentos sociais há décadas presente no Espírito Santo com projetos concretos para o campesinato capixaba, têm afirmado propostas pedagógicas sintetizadas a partir das contradições históricas, que situam o homem e a mulher do campo, como sujeitos de direitos. Nesse contexto, verificamos que os elementos que movem o processo de ensino e aprendizagem são retirados da realidade concreta e deste modo não há possibilidade de desvincular a luta da terra da luta pela educação, sejam quais forem os espaços em que essas experiências se materializam.Downloads
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