A impermeabilidade das “políticas” destinadas às crianças: por uma necessária ressemantização do direito

Autores

  • Vania Carvalho de Araújo Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2017.3.25981

Palavras-chave:

Políticas públicas. Direito e crianças. Hannah Arendt e direito.

Resumo

Este artigo, em forma de ensaio teórico, tem por objetivo refletir sobre as “políticas” públicas destinadas às crianças que se utilizam da formalidade da lei como mecanismo de justiça e de equidade social, mas não conseguem estabelecer-se como uma experiência que diz respeito à vida de todos em função da impermeabilidade de suas ações. À luz do pensamento de Hannah Arendt (1987, 1989, 2002, 2008, 2010), problematiza a relação entre política, direito e crianças, ao mesmo tempo em que vislumbra uma necessária ressemantização do direito como atributo da vida em sociedade, compreendendo-o como um princípio ontológico de um agir democrático capaz de evocar novas corresponsabilidades públicas em relação às crianças e às suas demandas por direitos.

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Biografia do Autor

Vania Carvalho de Araújo, Universidade Federal do Espírito Santo

Professora do Departamento de Educação, Política e Sociedade do Centro de Educação da UFES

Professora do programa de Pós-Graduação em Educação

Coordenadora do Núcleo de Educação Infantil da UFES

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Publicado

2017-12-31

Como Citar

Araújo, V. C. de. (2017). A impermeabilidade das “políticas” destinadas às crianças: por uma necessária ressemantização do direito. Educação, 40(3), 405–412. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2017.3.25981

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