Enfrentamentos e silenciamentos dos professores iniciantes na carreira universitária: um estudo com duas instituições públicas do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2019.3.30124Palavras-chave:
Professor Iniciante. Universidade. Formação Docente. Resiliência.Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar como professores iniciantes, atuantes em duas universidades públicas do Estado do Rio Grande do Sul, vivenciaram o início da profissão, visando compreender os enfrentamentos e os silenciamentos produzidos no desempenho das atividades acadêmicas. A metodologia da pesquisa é qualitativa, sendo organizada por meio dos dados provenientes de entrevistas semiestruturadas realizadas com 14 professores iniciantes de duas universidades públicas: a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para a interpretação dos dados, optamos pela Análise de Conteúdo de Minayo (2010). Como resultados, evidenciamos que os professores sentem-se inseguros no desenvolvimento das atividades de ensino, pressionados pelas demandas da produção científica e inaptos para atuarem na gestão universitária. Para lidar com os cenários desafiadores, os professores desenvolvem estratégias de resiliência, como o desenvolvimento da autoestima, o diálogo com colegas e a reflexão sobre a prática docente. Concluímos que as universidades precisam incluir processos e programas de formação pedagógica nos planos de desenvolvimento institucional, aliando iniciativas de auto e ecoformação; integrar as ações de recepção e de adaptação dos professores entre as pró-reitorias e as unidades acadêmicas, bem como criar espaços formativos para o desenvolvimento de competências profissionais vinculadas ao desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão.
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