Socialização familiar e formação de professoras: o gênero em questão
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2016.s.21420Palavras-chave:
Formação docente. Habitus. Gênero.Resumo
Apresenta dados sobre socialização familiar e profissional de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental, objetivando problematizar aspectos das relações de gênero presentes nas práticas docentes e sedimentadas como cultura escolar. A análise dos dados, coletados por meio de entrevistas, fundamentada em Pierre Bourdieu, aponta para a construção da feminilidade marcada pela submissão ao universo masculino, constituindo facetas do habitus expresso na valorização da docência como atividade vocacionada e feminina, bem como em práticas disciplinadoras e moralizantes dos alunos. A memória de antigas professoras foi marcada por eventos de carinho e cuidado, orientando escolhas didáticas.
Downloads
Referências
APPLE, Michael. W. Magistério e “trabalho feminino”. In: ______. Trabalho docente e textos: Economia política das relações de classe e de gênero em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. p. 53-73.
BOURDIEU, Pierre. Meditações Pascalianas. Trad. Sérgio Micelli. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática. In: ORTIZ, R. (org.) A sociologia de Pierre Bourdieu. Trad. Paula Montero e Alicia Auzmendi. São Paulo: Olho d’água, 2003a, p. 39-72.
BOURDIEU, Pierre. É possível um ato desinteressado? In: ______. Razões práticas: Sobre a teoria da ação. Trad. Mariza Corrêa. 4. ed. São Paulo: Papirus, 2003b, p. 137-156.
BOURDIEU, Pierre. História reificada e incorporada. In: ______. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003c, p. 75-106.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Trad. Maria Helena Kühner. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003d.
BOURDIEU, Pierre. Espaço social e espaço simbólico. In: BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Trad. Mariza Corrêa. 5. ed. Campinas: Papirus, 2004a. p. 13-33.
BOURDIEU, Pierre. Espíritos e Estado: gênese e estrutura do campo burocrático (Apêndice: o espírito de família). In: ______. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Trad. Mariza Corrêa. 5. ed. Campinas: Papirus, 2004b. p. 91-135.
CARVALHO, Marília. Vozes masculinas numa profissão feminina: o que têm a dizer os professores. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 6, n. 2, p. 406-422, 1998.
CHAMON, Magda. Trajetória de feminização do magistério: ambiguidades e conflitos. Belo Horizonte: Autêntica/FCH –
FUMEC, 2005.
FERREIRA, Marcia O. V. Desconforto e invisibilidade: representações sobre relações de gênero entre sindicalistas docentes. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 47,p. 15-40, jun. 2008.
GIMENO SACRISTÁN, José. Poderes instáveis em educação. Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas do Sul, 1999.
JULIA, Dominique. A Cultura Escolar como Objeto Histórico. Revista Brasileira de História da Educação, n. 1, p. 9-43, jan./jun. 2001.
LORTIE, Dan C. Schoolteacher: a sociolgical study. Chicago: Univerty of Chicago press, 1975.
LOURO, Guacira. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, M. (Org.). História das mulheres no Brasil. 5. ed. São Paulo: UNESP/Contexto, 2001. p. 443-481.
MARCELO GARCIA, Carlos. Formação de professores para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 1999.
MARIN, Alda Junqueira. Propondo um novo paradigma para formar professores a partir de dificuldades históricas na área. In: REALI, A. M. M. R.; MIZUKAMI, M. da G. N. (Org.). Formação de professores: tendências atuais. São Carlos, SP: EDUFSCAR, 1996, p. 153-165.
PEREIRA, Gilson R. de M. Servidão ambígua: valores e condição do magistério. São Paulo: Escrituras, 2001.
PEREIRA, Luiz. A escola numa área metropolitana: crise e racionalização de uma emprêsa pública de serviços. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1967.
SERÓN, Antônio G. Professorado, educação e sociedade: enfoques teóricos e estudos empíricos em sociologia do professorado. In: VEIGA, I. P. A.; CUNHA, M. I. (orgs). Desmistificando a profissionalização do magistério. Campinas: Papirus, 1999, p. 31-65.
SETTON, M.; VIANNA, C. Socialização de Gênero e violência simbólica: um diálogo com Joan Scott, Pierre Bourdieu e Bernard Lahire. In: Gomes , L.; Reis , M. dos (Orgs.). Infância: sociologia e sociedade. São Paulo: Attar Editorial, 2014. p. 34-65.
SOUSA, Cynthia. P. de et al. Memória e autobiografia: formação de mulheres e formação de professoras. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 2, p. 61-76, 1996.
SOUSA, Ione Celeste. Garotas tricolores, deusas fardadas: as normalistas em Feira de Santana, 1925 a 1945. São Paulo: Educ, 2001.
SOUZA, Rosa. F. Templos de civilização: a implantação da escola primária graduada no estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: Ed. Unesp,1998.
SPENCER, Dee. A. La enseñanza como um trabajo femenino. In: BIDDLE, B. J.; GOOD, T. L.; GOODSON, I. F. (orgs.). La enseñanza y los profesores I: la profesión de enseñar. Barcelona: Paidós, p. 167-218, 2000.
THIN, Daniel. Para uma análise das relações entre famílias populares e escola: confrontação entre lógicas socializadoras. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11 n. 32, p. 211-225, maio/ago.
UNESCO. O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que almejam. São Paulo: Moderna, 2004.
VARELA, Julia; ALVAREZ-URIA, Fernando. A Maquinaria escolar. Teoria & Educação, São Paulo, n. 6, p. 68-96, 1992.
VIÑAO FRAGO, António. 1998. Por una história de la cultura escolar: enfoque, cuestiones, fuentes. In: ALMUIÑA FERNANDEZ, C. et al. (org.). Culturas y civilizaciones. III Congresso de la Associación de História Contemporânea. Valladolid, Universidad de Valladolid, 1998, p. 167-183.
VIÑAO FRAGO, António. Culturas escolares y reformas (sobre la naturaleza histórica de los sistemas e instituciones educativas). Teias. Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 116-133, abr. 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DERECHOS DE AUTOR
La sumisión de originales para la Educação implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a
Educação como el medio de la publicación original.
CREATIVE COMMONS LICENSE
Debido a que es una revista de acceso abierto, permite el libre uso de artículos en aplicaciones científicas y educativas, siempre y cuando la fuente. De acuerdo con la Licencia Creative Commons CC-BY 4.0, adoptada por la
Educação el usuario debe respetar los requisitos abajo.
Usted tiene el derecho de:
Compartir - copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato.
Adaptar - remezcla, transformar y crear a partir del material para cualquier propósito, incluso con fines comerciales.
Sin embargo, sólo de acuerdo con los siguientes términos:
Asignación - Usted debe dar el crédito apropiado, proveer un enlace a la licencia e indicar si los cambios se han hecho. Debe hacerlo en condiciones razonables, pero de ninguna manera que sugiera que
Educação usted o su uso es compatible.
No hay restricciones adicionales - No se pueden aplicar términos legales o naturaleza tecnológica de las medidas que restringen legalmente hacer algo distinto de los permisos de licencia.
Avisos:
Usted no tiene que cumplir con los términos de licencia con respecto a los elementos materiales que son de dominio público o cuyo uso está permitido por una excepción o limitación que se aplica.
Garantías no se les da. La licencia no le puede dar todos los permisos necesarios para el uso previsto. Por ejemplo, otros derechos, como derechos de imagen, privacidad o derechos morales, pueden limitar el uso del material.
Para obtener más información acerca de la licencia Creative Commons, siga el enlace en la parte inferior de esta página web.