Internalismo e justificação epistêmica não inferencial
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2015.3.20224Palavras-chave:
fundacionalismo internalista, justificação não inferencial, contato cognitivo direto, conservadorismo fenomênico, aparências.Resumo
Este artigo tem como foco a dura tarefa epistemológica que cabe ao fundacionalismo internalista, no que diz respeito às condições internalistas para a justificação (sobretudo a exigência de acesso cognitivo aos fatores que contribuem para a justificação da crença), quando os seus defensores tentam explicar de que maneira crenças básicas podem ser não inferencialmente justificadas com base na experiência. Michael Huemer recentemente ofereceu uma teoria, o Conservadorismo Fenomênico (CF), que ele alega ser a teoria da justificação fundacional mais bem sucedida entre as teorias da justificação internalista. A partir da comparação e do contraste entre a posição assumida por Huemer e as teorias da justificação não inferencial que oferecem uma explicação cuja noção central é a relação de contato cognitivo direto (acquaintance), tentarei expor as fragilidades de (CF), bem como sugerir que a sua única saída seria aceitar que a base epistêmica última de crenças empíricas está na relação de contato cognitivo direto, porque por detrás das “aparências” (seemings) há um contato cognitivo direto. Mas, ao assim fazer, (CF) não mais se distinguiria de teorias do contato cognitivo direto.
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