Maria
O locus para falar do feminino
DOI:
https://doi.org/10.15448/0103-314X.2022.1.42913Palavras-chave:
Mulher, Protagonismo, Ocultação, MariaResumo
A forma como uma cultura compreende a si e sua relação com o sagrado molda não apenas a vida religiosa, mas também um modo de ser e estar no mundo. O mesmo pode ser dito na direção oposta: a esfera religiosa pode ser cooptada pelo antropomorfismo para justificar posições excludentes. Tomando em consideração tal premissa, compreendemos que a misoginia presente em diferentes contextos do Cristianismo foi uma construção histórica que se ancorou em discursos religiosos com a finalidade de legitimar uma hegemonia cultural masculina. Por misoginia, entendemos posturas que engendram discursos e práticas que transformam a mulher em objeto, justificando posturas de inferioridade e submissão. Diante disso, o presente artigo se propõe a investigar o papel que as mesmas desempenharam na Igreja primitiva e como deu-se o seu ocultamento. Propomos, a partir da compreensão do significado de Maria, como mulher e na história da salvação, um olhar positivo para a referida temática.
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