Maria

O locus para falar do feminino

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/0103-314X.2022.1.42913

Palavras-chave:

Mulher, Protagonismo, Ocultação, Maria

Resumo

A forma como uma cultura compreende a si e sua relação com o sagrado molda não apenas a vida religiosa, mas também um modo de ser e estar no mundo. O mesmo pode ser dito na direção oposta: a esfera religiosa pode ser cooptada pelo antropomorfismo para justificar posições excludentes. Tomando em consideração tal premissa, compreendemos que a misoginia presente em diferentes contextos do Cristianismo foi uma construção histórica que se ancorou em discursos religiosos com a finalidade de legitimar uma hegemonia cultural masculina. Por misoginia, entendemos posturas que engendram discursos e práticas que transformam a mulher em objeto, justificando posturas de inferioridade e submissão. Diante disso, o presente artigo se propõe a investigar o papel que as mesmas desempenharam na Igreja primitiva e como deu-se o seu ocultamento. Propomos, a partir da compreensão do significado de Maria, como mulher e na história da salvação, um olhar positivo para a referida temática.

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Biografia do Autor

Raphael Colvara Pinto, Pesquisador autônomo, Boston College, Boston, MA, USA.

Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, RS, Brasil. Professor convidado no Boston College, em Boston, EUA.

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Publicado

2022-07-11

Edição

Seção

Dossiê - Mulheres no Cristianismo