Consumo e estilo de vida
Anotações para o estudo das identidades de classe
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2023.1.43369Palavras-chave:
Mediações, Identidades de classe, EcovilasResumo
A discussão de questões de fundo da estrutura da sociedade capitalista se revela obrigatória para a pesquisa empírica em andamento sobre as relações entre práticas de comunicação e a nova identidade da classe média neorrural das ecovilas. Se a busca por uma relação sustentável com a natureza é o fato mais visível na formação das ecovilas, as razões do protagonismo da classe média e o papel das mídia digitais na constituição de modos sustentáveis são pouco estudados. O objetivo deste artigo é apresentar alguns resultados a respeito do contexto e das mediações estruturais que motivaram a mudança de estilo de vida, retomando a noção de alienação do trabalho, do consumo e dos seres humanos em relação à natureza. Pretendemos, então, no decurso da próxima etapa da investigação, compreender o papel das práticas de comunicação interpessoais e das mediadas pelos dispositivos técnicos na reconfiguração das identidades de frações da classe média.
Downloads
Referências
ANTUNES, R. Desenhando a nova morfologia do trabalho no Brasil. Estudos avançados, v. 28, n. 81, p.39-53, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142014000200004
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho. Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999.
BÔLLA, Kelly D. S. MILIOLI, Geraldo. Pensamento complexo, sociedade de consumo e perspectivas de sustentabilidade no universo e na dinâmica das ecovilas. Sociedade. em Debate, v. 24, n. 2, p. 55-81, mai/ago. 2018.
BOURDIEU, P. A distinção. Critica social do julgamento. Porto Alegre:Zouk, 2008.
BRANDENBURG, Alfio A. Ciências sociais e ambiente rural: principais temas e perspectivas Analíticas. Ambiente & Sociedade, 7, no. 1, p. 1-14, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-753X2005000100004
BRIGNOL, Liliane; COGO, Denise; MARTÍNEZ, Silvia L. Redes: dimensión epistemológica y mediación constitutiva de las mutaciones comunicacionales y culturales de nuestro tiempo. IN: RINCÓN, O.; JACKS, N.; SCHMITZ, D.; WOTRICH,L. Un nuevo mapa para investigar las mutaciones culturales. Quito: CIESPAL, 2019, p. 187-214.
CAMPBELL, Colin. A ética romântica e o espírito do consumismo moderno. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
CAPELLO, Giuliana. Meio Ambiente & ecovilas. São Paulo: Editora Senac, 2013.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
CENCI, Angelo V. Individualização e reconhecimento. Educação, v. 36, n. 3, p. 314-324, set./dez. 2013.
COSTA, Jurandir Freire. O vestígio e a aura. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
EDER, K. A nova política de classes. São Paulo: Edusc, 2002.
ELGIN, Duane. Simplicidade voluntária. Rio de Janeiro: Cultriz, 1993.
ESCOSTEGUY, Ana C. Um tributo a Martín-Barbero. Fazendo memórias da trajetos. Intexto, n. 43, p. 24-34, set./dez. 2018. Disponível em https://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/80848. Acesso em 15 jan. 2019. DOI: https://doi.org/10.19132/1807-8583201843.24-34
GAVA, Rodrigo. Ricos e malandros. Santa Maria: Editora UFSM, 2021.
GIULIANI, G. M. Neoruralismo: O Novo Estilo dos Velhos Modelos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 14, p. 59-67, 1990.
HONNETH, Axel. O direito da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
LOPES, Maria Immacolata V. de. Jesús Martín-Barbero e os mapas essenciais para compreender a comunicação. Intexto,n. 43, p. 14-23, set./dez. 2018. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/81160. Acesso em: 15 jan. de 2019. DOI: https://doi.org/10.19132/1807-8583201843.14-23
MARTÍNEZ ALIER, Joan. O ecologismo dos pobres. São Paulo: Contexto, 2011.
MORI, Letícia. Por que a classe média está ficando muito endividada em vários lugares do mundo segundo a OCDE. 06 de out. de 2021. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-47882648. Capturado em 07 nov. de 2021.
MOUFFE, Chantall. Identidade democrática e Política Pluralista. In: SOARES, Luiz Eduardo (Ed.). Pluralismo cultural, identidade e globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 410-429.
MYCHAJLUK, Lisa. Learning to live and work together in an ecovillage Community of practice. European Journal for Research on the Education and Learning of Adults, Vol.8, No.2, 2017, pp. 181-196. DOI: https://doi.org/10.3384/rela.2000-7426.rela9092
PÁDUA, José Augusto, Herança romântica e ecologismo contemporâneo. Existe um vínculo histórico? Varia História, V. 21, n. 33, p. 58-75,2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-87752005000100004
PERUZZO, Cicilia M. K; VOLPATO, Marcelo de O. Comunicação para o desenvolvimento: aspectos teóricos da modernização ao Buen Vivir. G&DR. v. 15, n. 4, p. 11-26, jul/2019.
POCHMANN, M.; MORAES, R. Capitalismo, classe trabalhadora e luta política no Brasil do século XXI. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2017.
POCHMANN., M. O mito da grande classe média: capitalismo e estrutura social. São Paulo: Boitempo, 2014.
POCHMANN, M.; GUERRA, A.; AMORIM,R; SILVA, R. (Orgs.) Atlas da nova estratificação social no Brasil, vol. 1: classe média, desenvolvimento e crise. São Paulo: Cortez, 2006.
RINCÓN, O.; JACKS, N.; SCHMITZ, D.; WOTRICH, L. Un nuevo mapa para investigar las mutaciones culturales. Quito: CIESPAL, 2019.
SACHS, Ignacy. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. - Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
SARGISSON, Lucy and SARGENT, Lyman T. Living in utopia: New Zealand’s intentional Communities. England: Ashgate, 2004.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo:Companhia das Letras, 2010.
SENNETT, R. O declínio do homem público. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
SENNETT, R . A cultura do novo capitalismo. Lisboa: Relógio D’Àgua, 2007.
SILVA, Luiz Fernando de Matheus e. Ilusão concreta, utopia possível: contraculturas espaciais e permacultura. Tese (Doutorado em Geografia)–Programa de Pós Graduação em Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2013.
SILVA, Renata Céli M. da.; HOR-MEYLL, Luiz Fernando. Simplicidade voluntária: escolhendo uma nova forma de viver. Pretexto, v. 17, n.
, p. 98-116.
SKEGGS, Beverley. Formations of class and gender. London: Sage, 2002. DOI: https://doi.org/10.4135/9781446217597
SKEGGS, Beverley . Class, self and culture. London: Sage, 2004.
SKEGGS, Beverley. The Re-Branding of Class: Propertising Culture. In: DEVINE, Fiona; SAVAGE, Mike; SCOTT, John; CROMPTON, Rosemary (eds.). Rethinking class: culture, identities and lifestyles. New York: Palgrave Macmillan, 2005, p. 46-68 DOI: https://doi.org/10.1007/978-0-230-21454-5_3
SOBRAL, Diogo G. C.Ecovilas e ética ambiental. Utopia Saloia: o caso da ecoaldeia de Jana. Dissertação (Mestrado em |Antropologia) – Programa de Pós-Graduação do Instituto Universitário de Lisboa, 2019.
SÓLON, Pablo. Alternativas sistémicas. La Paz: Fundación Sólon, 2017.
SOUZA, Getúlio Cavalcante de. Herança da contracultura: a comunidade hippie de Arembepe, Camaçari-Bahia (1970-2012). In: XXVII Simpósio Nacional de História ANPUH-Brasil, 2013, Natal, RN. Anais XXVII Simpósio Nacional de História, Natal, UFRN.
SPINELLI, Anália M. Projeto de vida agroecológica: uma opção da classe média. Fundação Getúlio Vargas, Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais), Rio de Janeiro, 2020.
TUFTE, Thomas. Comunicación para el cambio social. Barcelona: Icaria, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista FAMECOS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Famecos implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Famecos como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.
