"Compre essa ideia, consuma esse produto", ou como a publicidade nos enreda em sua teia
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2014.3.17623Palavras-chave:
Criatividade, Publicidade, BiopolíticaResumo
Este artigo investiga as estratégias empregadas, ontem e hoje, pela publicidade, para tentar seduzir seu público, produzir-lhe uma impressão duradoura e levá-lo a preferir uma marca, em detrimento de outras. Analisamos duas campanhas: uma da década de 1960, considerada marco da chamada “revolução criativa”, e uma vencedora do Festival de Criatividade de Cannes de 2013. Observamos que o recurso à criatividade na publicidade assinala, no primeiro momento, uma mudança do capitalismo, da produção industrial de bens para a de consumo. Hoje vivemos uma “nova revolução criativa” no âmbito da comunicação de marketing. Usam-se técnicas de narrativa para conquistar o engajamento do público, visto como possível interlocutor. Corresponde à mutação do capitalismo, para uma modalidade chamada “cognitiva”. Apresento uma visão crítica, questionando tal noção de criatividade, e se a publicidade funcionaria como um mecanismo de controle biopolítico.
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