Genealogia, comunicação e cultura somática

Autores

  • Maria Cristina Franco Ferraz Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.1.13640

Palavras-chave:

Método genealógico, Filosofia antimetafísica, Mídia, Regimes de subjetivação, Cultura somática

Resumo

Explicitando certos pressupostos antimetafísicos implicados no método genealógico criado por Nietzsche e desenvolvido por Michel Foucault e Jonathan Crary, o artigo aponta possíveis rendimentos desse método no campo da Teoria da Comunicação. Em um primeiro movimento, salienta o enriquecimento da área propiciado pela ultrapassagem, operada pelo gesto genealógico, da metafísica da origem, da crença no sujeito e da lógica de causa/efeito. A seguir, para ressaltar o caráter produtivo dessa metodologia, propõe uma abordagem genealógica acerca da alteração do regime de subjetivação na contemporaneidade a partir de produtos culturais recentes, tomando-os como expressões do que chamamos de cultura somática. Enriquecida pela genealogia, a Teoria da Comunicação amplia seu espaço e relevância para a compreensão de horizontes culturais, sentidos e modos de vida em contínua transformação: eis a aposta que subjaz ao movimento deste texto.

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Biografia do Autor

Maria Cristina Franco Ferraz, Universidade Federal Fluminense

P

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Publicado

2013-05-23

Como Citar

Ferraz, M. C. F. (2013). Genealogia, comunicação e cultura somática. Revista FAMECOS, 20(1), 163–178. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.1.13640

Edição

Seção

Sociedade