A influência dos antecedentes disponíveis e não-disponíveis da anáfora “ele(a) mesmo(a)” em português brasileiro (PB)
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.1.16710Palavras-chave:
Teoria da Ligação, Processamento Correferencial, Anáforas.Resumo
Nesta pesquisa, investigamos o processamento das relações correferenciais do português brasileiro (PB) com o objetivo de compreender como esse processo se desenvolve na mente dos falantes dessa língua. Buscamos compreender como os Princípios A e B da Teoria da Ligação (Binding Theory, CHOMSKY, 1986) atuam na interpretação das anáforas correferenciais em sentenças com pronome reflexivo. Utilizando a técnica de leitura automonitorada, replicamos o trabalho aplicado por Oliveira et al. (2012), que investiga a influência dos antecedentes disponíveis e não disponíveis no processamento da anáfora “a si mesmo(a)”, substituindo apenas seu termo anafórico, “a si mesmo(a)”, por “ele(a) mesmo(a)”. Neste caso, dividimos “ele(a) mesmo(a)” em dois segmentos, com o intuito de verificar se o processamento do primeiro segmento será afetado pelo Princípio B, ou seja, se “ele(a)” irá se vincular ao antecedente fora do domínio de escopo da anáfora, ou, ao chegar ao segmento seguinte “mesmo(a)” haveria uma reanálise de sua decisão inicial a partir de um processo interpretativo que forçaria a aplicação do Princípio A. Os resultados encontrados corroboram o estudo feito em inglês por Nicol e Swinney (1989), assim como vão na mesma direção dos resultados obtidos por Oliveira, Leitão e Henrique (2012) para o português. Em ambos os trabalhos, a anáfora estabelece relação com o antecedente disponível, ou seja, o mais próximo em termos da Teoria da Ligação.
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Referências
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