Submissões
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Resenhas
Seção destinada a resenhas de obras acadêmicas, publicadas nos últimos dois anos.
Características da Seção:
- Extensão: de 3 a 9 páginas (seguir Diretrizes para Autores).
- São aceitas resenhas de doutores, doutorandos, mestres e mestrandos.
Artigos
Seção destinada a publicar artigos científicos autorais, voltados para temáticas específicas propostas para cada número pela equipe editorial da revista.
Características da Seção:
- Extensão: de 15 a 25 páginas (seguir Diretrizes para Autores).
- São aceitos artigos de doutores, doutorandos, mestres e mestrandos.
- Os artigos são avaliados conforme o Processo de Avaliação pelos Pares.
Dossiê: Contradiscursos de resistência em diferentes ambientes de interação
DOSSIÊ: CONTRADISCURSOS DE RESISTÊNCIA EM DIFERENTES AMBIENTES DE INTERAÇÃO
ORGANIZAÇÃO:
Dra. Glória Di Fanti (PUCRS - Porto Alegre, RS, Brasil)
Dr. Juan Manuel López Muñoz (Universidad de Cádiz - Cádiz, Espanha)
Doutorando Eduardo da Silva Moll (PUCRS - Porto Alegre, RS, Brasil)
Dossiê: Estas não são histórias para crianças – representações da infância na literatura, no audiovisual e nas artes
Dossiê: Estas não são histórias para crianças – representações da infância na literatura, no audiovisual e nas artes
ORGANIZAÇÃO:
Dra. Janaína de Azevedo Baladão (PUCRS - Porto Alegre, RS, Brasil)
Dra. Rosângela Fachel de Medeiros (UFPel - Pelotas, Brasil)
Dra. Silvia Elizalde (CONICET / IIEGE, FFyLL-UBA – Buenos Aires, Argentina)
Doutoranda Maria Eduarda Freitas Moraes (PUCRS - Porto Alegre, RS, Brasil)
AS NARRATIVAS DE FILIAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
CHAMADA DE TRABALHOS v. 18, n. 1, 2025
AS NARRATIVAS DE FILIAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Celebramos em 2025 os 50 anos de publicação do importante livro de Philippe Lejeune: Le Pacte Autobiographique (Seuil, 1975), obra que marcou uma inflexão nas pesquisas sobre a autobiografia. O teórico que transformou os estudos sobre as escritas de si e direcionou os holofotes para um gênero, até então desprestigiado, nunca cessou de revisitar e modificar suas noções. Assim como as reflexões de Lejeune, o seu objeto de pesquisa também se constrói em permanente transformação. Meio século depois da publicação do texto seminal do teórico, vivemos uma era em que as escritas de si ocupam uma posição central dentro das produções literárias, sendo permanentemente reconfiguradas. No contexto francófono, a publicação e a boa recepção do Dictionnaire de l’autobiographie. Écritures de soi en langue française, em 2017, sob a organização de Françoise Simonet-Tenant, refletem o fôlego dessa modalidade literária.
No dossiê “Narrativas de filiação na contemporaneidade”, buscamos reunir artigos em torno de obras movidas pela indagação, ou mesmo investigação sobre a ascendência como estratégia de autocompreensão. Trata-se de narradores que investigam uma ancestralidade da qual se sentem herdeiros, em geral problemáticos; falam do outro para, na verdade, falar de si, operando um deslocamento. “O relato do outro – pai, mãe ou tal antepassado – é o desvio necessário para chegar a si, para se compreender nessa herança: a narrativa de filiação é um substituto da autobiografia” (Viart, 2009, p. 80).
Desde meados da década de 1990, Dominique Viart forjou o termo “narrativa de filiação” [récit de filiation] para destacar um número considerável de publicações que abarcam a temática da filiação, da herança e da transmissão, mobilizando estratégias recorrentes. De Annie Ernaux a Leila Sebbar, Maryse Condé e Annette Wieviorka, ou ainda Pierre Michon, Dany Laferrière, Émmanuel Carrère ou Édouard Louis, a narrativa de filiação tornou-se uma das manifestações autobiográficas mais recorrentes na atualidade. No contexto brasileiro, podemos pensar, por exemplo, nos nomes de Tatiana Salem Levy, Julián Fuks, Adriana Lisboa, José Henrique Bortoluci, Gabriel Abreu, Noemi Jaffe, Conceição Evaristo, Salim Miguel e muitos outros e outras.
As narrativas de filiação dizem respeito a uma tendência ampla que, apesar de contemplar variações narratológicas distintas, podem ser consideradas como um fenômeno de época, presente em diferentes regiões do mundo globalizado, reunindo tanto textos referenciais como ficcionais. Nesse vasto espectro, encontramos muitas obras inseridas em contextos históricos marcados pela violência extrema, como o da Shoah, os genocídios, as ditaduras hispano-americanas, a escravidão ou a despossessão advinda da colonização. As figuras parentais aparecem também no cerne de obras que problematizam a mobilidade social e os conflitos enfrentados por narradores trânsfugas de classe.
O dossiê busca contribuir para a reflexão sobre as narrativas de filiação como modalidade recorrente das escritas de si, a partir de década de 80 do século XX e, sobretudo, no primeiro quarto do novo século. Busca pensar, ainda, nas reverberações das narrativas de filiação na literatura como um todo, não apenas nas escritas de si, mas impactando inclusive as tendências da ficção contemporânea e ensejando os “romances de filiação”.
Referências
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CAMPOS, Laura Barbosa. “Clémence Boulouque: a narrativa de filiação como escrita do trauma”. Matraga. Rio de Janeiro, v. 24, n. 42, set.-dez. 2017. Disponível em https://doi.org/10.12957/matraga.2017.30222. Acesso em 16 de janeiro de 2025.
DEMANZE, Laurent. Encres orphelines. Pierre Bergounioux, Gérard Macé, Pierre Michon. Paris: José Corti, 2008, (« Les essais »).
DEMANZE, Laurent. Un nouvel âge de l’enquête: portraits de l’écrivain contemporain en enquêteur. Paris: Éditions Corti, 2019, (« Les essais »).
FIGUEIREDO, Eurídice. A nebulosa do (auto)biográfico. Vidas vividas, vidas escritas. Porto Alegre: Zouk, 2022.
FIGUEIREDO, Eurídice. “A narrativa de filiação de escritores judeus brasileiros”. In: CHIARELLI, Stefania; OLIVEIRA NETO, Godofredo de (Org.). Falando com estranhos: o estrangeiro e a literatura brasileira. Rio de Janeiro: 7Letras, 2016.
LEJEUNE, Philippe; NORONHA, Jovita Maria Gerheim (Org.). O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
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MUXEL, Anne. Individu et mémoire familiale. Paris : Nathan, 2002.
NORONHA, J. M. G. « Em nome do pai: La Dernière année de Philippe Vilain. » Organon, Porto Alegre, v. 29, n. 57, 2014. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/organon/article/view/48415 . Acesso em: 16 jan. 2025.
PINÇONNAT, Crystel, TREVISAN, Carine (Dir.). Transmissions et Filiations. Revue des sciences humaines. Presses Universitaires du Septentrion, n.301, 2004.
SIMONET-TENANT, Françoise (Dir.). Dictionnaire de l’autobiographie. Écritures de soi en langue française. Paris : Honoré Champion, 2017.
VÉRON, Laélia ; ABIVEN, Karine. Trahir et venger. Paradoxes des récits de transfuges de classe. Paris : La Découverte, 2024.
VIART, Dominique, « Le silence des pères au principe du ‘récit de filiation’ ». Études françaises, 45(3), 95–112. Disponível em: https://doi.org/10.7202/038860ar Acesso em: 16 jan. 2025.
VIART, Dominique; MERCIER, Bruno. La littérature française au présent: héritage, modernité, mutations. Paris: Bordas, 2009
ORGANIZAÇÃO:
Dra. Ana Maria Lisboa de Mello (UFRJ-CNPq - Rio de Janeiro, RJ, Brasil)
Dra. Clara Lévy (Université Paris 8 - Paris, França)
Dra. Laura Barbosa Campos (UERJ - Rio de Janeiro, RJ, Brasil)
DATA DE SUBMISSÃO: de 01/02/2025 até 15/05/2025
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