Cartas de um sincero fingidor: o discurso esotérico na correspondência de Fernando Pessoa

Autores/as

  • Fernando de Moraes Gebra Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2015.1.19618

Palabras clave:

Fernando Pessoa, Epistolografia, Discurso esotérico.

Resumen

O presente artigo centra-se em cartas que Fernando Pessoa (1888-1935) escreveu de 1913 a 1916, período marcado pelas suas crises intelectuais e esotéricas, e também pela elaboração de projetos culturais necessários por arrancar da estagnação cultural a acanhada capital portuguesa. É desse período importantes cartas marcadas pela sinceridade e pela confissão a destinatários como Armando Côrtes-Rodrigues (1891-1971) e Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), ao contrário do que ocorre nos anos posteriores a 1927, quando Pessoa escreve aos membros da revista Presença, optando por manter informações no plano do segredo. É o que ocorre na conhecida carta a Adolfo Casais Monteiro, escrita em 13 de janeiro de 1935, em que nega pertencer a alguma ordem secreta, ao contrário do que se encontra em um escrito autobiográfico, não publicado em vida. Tomo, como principal referencial teórico para o estudo de cartas, as propostas de Crabbé Rocha, no livro A epistolografia em Portugal. Em muitas das cartas de Pessoa, encontram-se transcrições de poemas. Dessa forma, o estudo das cartas de Pessoa permite a compreensão de aspectos simbólicos e metafóricos contidos nos poemas. Para a análise do discurso esotérico presente nas cartas de Pessoa, parto dos estudos de Manuela Parreira da Silva, Dalila Pereira da Costa e Yvette Centeno.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Fernando de Moraes Gebra, Universidade Federal do Paraná

Colegiado de Letras - área de Teoria Literária e Literaturas de Língua Portuguesa

Citas

ADORNO, Theodor. El ensayo como forma. In: ______. Notas sobre literatura. Trad. Alfredo Brotons Muñoz. Madrid: Akal ediciones, 2003. p. 11-34. (Obra completa, 11).

AZEVEDO, Murillo Nunes de. Fernando Pessoa – o teósofo. In: BLAVATSKY, Helena. A voz do silêncio. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. p. ix-xxxviii.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1973.

CASAS, Arturo. Breve propedéutica para el análisis del ensayo. In: ÁLVAREZ, Rosario; VILAVEDRA, Dolores. Cinguidos por unha arela común. Homenaxe ó Profesor Xesús Alonso Montero. Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela: 1999. p. 1-15.

CENTENO, Yvette. Fernando Pessoa e a filosofia hermética: fragmentos do espólio. Lisboa: Presença, 1985a.

CENTENO, Yvette. Fernando Pessoa. O amor. A morte. A iniciação. Lisboa: A Regra do Jogo, 1985b.

CENTENO, Yvette. Fragmentação e totalidade em “Chuva Oblíqua”. In: ______. 5 Aproximações. Lisboa: Ática, 1976. p. 71-92.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. 16. ed. (Coord. Carlos Sussekind). Tradução Vera da Costa e Silva e outros. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.

COSTA, Dalila Pereira da. O esoterismo de Fernando Pessoa. 4. ed. Porto: Lello & Irmão, 1996.

DOMÍNGUEZ, Pedro J. Chamizo. “Verdad y futuro: el ensayo como versión moderna del diálogo filosófico”. In: ÁLVAREZ, Rosario; VILAVEDRA, Dolores. Cinguidos por unha arela común. Homenaxe ó Profesor Xesús Alonso Montero. Santiago de Compostela: Universidade de Santiago de Compostela: 1999. p. 16-42.

LIND, Georg Rudolf. Estudos sobre Fernando Pessoa. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1981.

LOURENÇO, Eduardo. A existência mítica ou a porta aberta. In: ______. Fernando Pessoa revisitado: leitura estruturante do drama em gente. 2. ed. Lisboa: Moraes, 1981. p. 169-183.

MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira. Simbolismo. São Paulo: Cultrix, Edusp, 1984. v. 3.

ORPHEU: Revista trimestral de literatura. Lisboa: Ática, 1971. v. 1. PESSOA, Fernando. Correspondência: 1905-1922. (Org. Manuela Parreira da Silva). São Paulo: Cia. Letras, 1999a.

PESSOA, Fernando. Correspondência: 1923-1935. (Org. Manuela Parreira da Silva). Lisboa: Assírio & Alvim, 1999b. (Obras de Fernando Pessoa, 7).

QUADROS, António. Fernando Pessoa. Vida, personalidade e gênio. 5. ed. Lisboa: Dom Quixote, 2000.

ROCHA, Andrée Crabbé. A epistolografia em Portugal. Coimbra: Almedina, 1965.

ROSSET, Clément. O real e seu duplo: ensaio sobre a ilusão. Apres. e Trad. José Thomaz Brum. Porto Alegre: L&PM, 1998.

SACRAMENTO, Mário. Fernando Pessoa, poeta da hora absurda. 2. ed. Porto: Inova, 1970.

SIMÕES, João Gaspar. Vida e obra de Fernando Pessoa: história de uma geração. Lisboa: Bertrand, 1950.

VILA MAIOR, Dionísio. Introdução ao modernismo. Coimbra: Almedina, 1996.

Publicado

2015-07-15

Cómo citar

Gebra, F. de M. (2015). Cartas de um sincero fingidor: o discurso esotérico na correspondência de Fernando Pessoa. Letrônica, 8(1), 205–221. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2015.1.19618