Ecos coloniais, ressonâncias contemporâneas
silenciamentos e enunciações do sujeito infantil africano na literatura
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2024.1.46065Palavras-chave:
Literatura Africana, Infância, Literatura Angolana, EnunciaçãoResumo
Este trabalho propõe-se a discutir a representação da voz da infância, numa perspectiva diacrônica, considerando os indícios de uma mudança havida se comparados o período colonial e o pós-independência, no contexto africano. Para tanto, parte-se da leitura da obra A cidade e a infância, do autor angolano Luandino Vieira, publicada em 1957, para chegar à análise da novela Quem me dera ser onda, do escritor também angolano Manuel Rui, publicada em 1982. Observa-se que, nesse lapso temporal entre as duas obras, a infância foi alçada a um lugar de protagonismo enunciativo, o que indica uma atualização dos conceitos de infância que evidenciam aspectos tanto de decolonialidade, porque concede voz a um grupo sistematicamente silenciado, quanto de descolonialidade, porque constitui um discurso de insurgência e de emancipação.
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