Raça, gênero, classe e outras interseccionalidades na comunicação de marcas:

Uma proposta de análise interseccional semiótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2023.1.43673

Palavras-chave:

Negritude, Semiótica, Interseccionalidade, Representação

Resumo

Apresentamos uma análise das representações da negritude na publicidade a partir da combinação das teorias interseccional (CRENSHAW, 2002) e semiótica (PEIRCE, 1931). Analisamos peças de comunicação veiculadas em anúncios de revista e no Instagram da marca Vivo em 2018, avaliando os cruzamentos das avenidas identitárias. Os resultados apontam que a representação da negritude, associada a matrizes de gênero e classe, ainda é formada por interpretantes baseados no mito de democracia racial (GONZALEZ, 1984), ainda pouco contraintuitivas (LEITE, 2014) e com representações limitadas sobre a negritude, presas a imagens de controle (COLLINS, 2019) em um regime racializado de representação (HALL, 2016).

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Biografia do Autor

Pablo Moreno Fernandes, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFMG. Doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, Mestre em Comunicação pela PUC Minas. Vice-líder do grupo de Pesquisa em Comunicação, Raça e Gênero da UFMG (Coragem) e membro do Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação, Cultura e Consumo.

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Publicado

2023-05-31

Como Citar

Moreno Fernandes, P. (2023). Raça, gênero, classe e outras interseccionalidades na comunicação de marcas: : Uma proposta de análise interseccional semiótica. Revista FAMECOS, 30(1), e43673. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2023.1.43673

Edição

Seção

Publicidade e Propaganda