Exercícios que fazem pensar a formação a partir de experiências de exclusão e inclusão na escola
Entre narrativas, complexidade e conversas
DOI:
https://doi.org/10.15448/2179-8435.2022.1.39504Palavras-chave:
formação do professor, inclusão, exclusão, complexidade, conversaResumo
Escrevemos um artigo sobre o que pode uma disciplina de Educação e Diversidade em um curso de Pedagogia de uma Universidade Pública em meio aos problemas contemporâneos da formação para educar com as diferenças. Utilizamos a metodologia da conversa (SAMPAIO; RIBEIRO; SOUZA, 2018) com base nas anotações de seus últimos três anos de exercício, narrativas escritas que a compuseram, em especial, aquelas que se produziam no primeiro dia de aula, isto é, em um memorial sobre as experiências de exclusão/inclusão que os alunos e alunas tenham vivido e/ou observado e, a partir delas, realizamos uma roda de conversas. Nosso objetivo se constituiu em problematizar como as concepções de exclusão/inclusão vêm sendo construídas nas experiências dos alunos e alunas que chegam à Universidade no curso de Pedagogia conforme suas histórias de vidaconhecimento. Nos pautamos no referencial teórico do pensamento complexo (MORIN, 2003a, 2003b, 2007a) para tecer, junto com as memórias dos estudantes da disciplina, como as marcas de inclusão e exclusão que vêm constituindo seus percursos formativos dizem sobre a composição social, cultural e histórica da humanidade e, também, são marcas decisivas nas práticas pedagógicas inclusivas ou excludentes que irão compor os gestos de professor. O que nos passa, não passa em nossa frente, não passa por nós, mas nos atravessa.
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