Onde os mortos sobrevivem: traços míticos em Ópera dos mortos, de Autran Dourado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.2.34960

Palavras-chave:

Literatura brasileira. Ópera dos Mortos. Mito.

Resumo

Este trabalho objetiva demonstrar como as personagens Lucas Procópio, João Capistrano, Rosalina e Juca Passarinho, de Ópera dos mortos, constituem-se, com recorrência sistemática, de traços míticos marcantes. Para tanto, foi utilizado um aporte teórico formado por Boudrot (2017), Campbell (1997), Cassirer (1985), Eliade (1998) para abordar a relação entre mito e literatura; Candido (2010), (2011), Lukács (2009), Watt (2010) e Holanda (1995) para aprofundar o liame intrínseco que envolve personagem de ficção, romance e sociedade; e Lepecki (1976) e Segalla (2017) com o intuito de potencializar as dimensões teóricas acerca da obra analisada. A partir dos resultados obtidos, fica evidente, além da magnitude do romance de Autran Dourado, a pluralidade de percursos (e recursos) narrativos que garantem a permanência do mito na arte literária até os dias de hoje, integrando um elemento importante na complexidade estrutural que fundamenta o gênero romanesco.

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Biografia do Autor

Lucas da Cunha Zamberlan, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Doutor em Letras - Estudos Literários - e mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No período de 2016 e 2017, foi Professor Substituto do Departamento de Letras Vernáculas da UFSM e, em 2018, atuou como professor do curso de Letras (UFSM) em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB) na modalidade EaD. Atualmente realiza Pós-Doutorado na linha de pesquisa Literatura, Comparatismo e Crítica Social do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFSM com bolsa PNPD/CAPES e desenvolve pesquisas na área de Literatura Comparada, com enfoque na relação entre literatura, outras artes e mídias e literatura e história. Possui experiência docente em Literatura brasileira e portuguesa, Literaturas africanas de expressão portuguesa, Literatura infantil e Teoria da Literatura. Também participa como integrante do Grupo de Pesquisa Literatura e História - UFSM, vinculado ao CNPq. Áreas de interesse: Intermidialidade. Literatura e História. Comparativismo. Literatura Modernista. Literatura Contemporânea.

Isabel Scremin, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Graduada em Letras - Bacharelado pela Universidade Federal de Santa Maria. Participa dos projetos de pesquisa "Construções da alegoria em narrativas dos séculos XVII e XVIII" e "Vozes e perspectivas no romance português contemporâneo". Entre 2016 e 2017 realizou intercâmbio na Universidade de Coimbra, em Portugal.

Referências

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Publicado

2020-01-06

Como Citar

Zamberlan, L. da C., & Scremin, I. (2020). Onde os mortos sobrevivem: traços míticos em Ópera dos mortos, de Autran Dourado. Navegações, 12(2), e34960. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.2.34960

Edição

Seção

Ensaios