Roteiros do sertanejo na literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.1.31735

Palavras-chave:

Discurso literário. Identidade nacional. Sertanejo. Os Sertões. Vidas Secas.

Resumo

Em um país continental como o Brasil, o território contribui na formação de variadas identidades ligadas aos diferentes espaços que compõem a realidade nacional. A tradição literária, ao conferir tratamento estético a tais formações identitárias, elaboram mitos que estruturam o imaginário social referente à noção de brasilidade. Dentre os mitos assim produzidos, o do sertanejo é central tanto para questão da identidade nacional como para o desenvolvimento da tradição literária. Este trabalho aborda a evolução desse signo a partir da análise de obras características de diferentes momentos do sistema literário brasileiro: Os Sertões, de Euclides da Cunha; Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; O rio e Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto e Essa Terra, de Antônio Torres. A pesquisa revelou que a representação literária fratura a categoria sertanejo em dois gêneros segundo os diferentes roteiros migratórios que eles realizam: o “sertanejo errante” e o “sertanejo retirante”.

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Biografia do Autor

Raul Azevedo de Andrade Ferreira, Universidade Regional do Cariri (URCA)

Doutor em Teoria da Literatura (PPGL/UFPE). Professor do curso de Letras da Universidade Regional do Cariri (URCA) Crato, CE, Brasil.

Cássia da Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)/Universidade Regional do Cariri (URCA)

Aluna do curso de doutorado em Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Pau dos Ferros, RN, Brasil. Professora do curso de Letras da Universidade Regional do Cariri (URCA), Crato, CE, Brasil.

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Publicado

2019-08-08

Como Citar

Ferreira, R. A. de A., & da Silva, C. (2019). Roteiros do sertanejo na literatura. Navegações, 12(1), e31735. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.1.31735

Edição

Seção

Ensaios