Ser professor(a) em “tempos complexos”

do mal-estar social ao mal-estar docente – diálogos na interface Psicanálise e Educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2024.1.45735

Palavras-chave:

mal-estar na civilização, mal-estar docente, psicanálise e educação

Resumo

Este estudo tem como foco a análise do mal-estar de professores sob uma perspectiva psicanalítica. Para tanto, mediante diálogos com Freud e autores de estudos psicanalíticos no campo da educação, parte do pressuposto de que há mal-estares docentes que transcendem a dimensão estritamente escolar, por tratar-se de um ofício ameaçado pela precarização simbólica do lugar que ocupa no contexto social. As narrativas docentes extraídas de três pesquisas inscritas na interface Psicanálise e Educação apontam complexos e desafiadores impasses provocadores de mal-estares entre os professores na atualidade: a desvalorização da profissão e as condições insatisfatórias de trabalho, a problemática da violência e da indisciplina escolar, a perda da autonomia docente e a crise da autoridade docente na escola contemporânea, a ausência de reconhecimento, a culpabilização do professor pelos fracassos escolares associada às excessivas demandas e expectativas direcionadas à figura do professor advindas de várias direções (currículo escolar, especialistas, pais, alunos, comunidade, Estado), entre outros. Esses entraves se repercutem no mal-estar entre os professores, que, por vezes, manifestam padecimentos psíquicos e diferentes formas de renúncia em relação à profissão. Conclui-se que, em face do mal-estar na civilização e na educação, os professores querem – e necessitam – falar. Nessa direção, a Psicanálise desponta como possibilidade de fazer circular a palavra, ou seja, construir, com e para os professores, espaços sensíveis e acolhedores de fala e escuta, para que possíveis saídas emerjam da elaboração e da ressignificação da angústia inerente à existência e do educar em contextos caracterizados pela complexidade contemporânea, permitindo novos modos de subjetivação e enfrentamento do real.

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Biografia do Autor

Caren Castelar Queiroz Lara, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Doutoranda em Educação e mestrado em Educação pela Universidade de Brasília. Possui graduação em Pedagogia pela mesma instituição. Professora da Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, atualmente vinculada ao Programa Classe Hospitalar no Hospital Materno Infantil de Brasília. Tem experiências na área de Educação, com ênfase em Pedagogia Hospitalar.

Inês Maria Marques Zanforlin Pires de Almeida, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Sagrado Coração de Bauru, Mestrado em Educação pela Universidade de Brasília, Doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília e Pós-doutorado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Professora vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília. Têm experiências na área de Educação, atuando como docente e pesquisadora nas áreas de formação inicial e continuada de professores na interface Psicanálise e Educação.

Katilen Machado Vicente Squarisi, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Doutora e mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Possui graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário de Brasília. Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Católica de Brasília. Orientadora Educacional da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Tem experiências na área de Educação, com ênfase em Orientação Educacional, Psicanálise e Formação de Professores, Políticas Públicas Educacionais, Inclusão Escolar, dentre outros temas.

Silvano Messias dos Santos, Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Barreiras, BA, Brasil.

Doutor em Educação pela Universidade de Brasília e mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Oeste da Bahia. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia. Especialista em Gestão e Políticas Públicas para a Educação Básica pela Universidade do Estado da Bahia e em Direitos Humanos e Contemporaneidade pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é Técnico em Assuntos Educacionais na Universidade Federal do Oeste da Bahia. Têm experiências na área de Educação, com ênfase em gestão e políticas públicas educacionais, coordenação pedagógica e orientação educacional, turismo e meio ambiente, pedagogia universitária, psicanálise e educação.

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Publicado

2024-12-19

Como Citar

Castelar Queiroz Lara, C., Marques Zanforlin Pires de Almeida, I. M., Machado Vicente Squarisi, K., & Messias dos Santos, S. (2024). Ser professor(a) em “tempos complexos”: do mal-estar social ao mal-estar docente – diálogos na interface Psicanálise e Educação . Educação, 47(1), e45735. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2024.1.45735