Responsabilização ameaçada: sobre falar “bobagem” em educação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2014.3.18387Palavras-chave:
– Ética. Educação. Ensino superior. Marketing. Bullshit.Resumo
Em seu livro On Bullshit, Harry Frankfurt constata uma trivialização crescente tanto na comunicação humana quanto na produção de textos. À primeira vista, Bullshit (falar bobagem) parece ser uma expressão semelhante à mentira. No entanto, o mentiroso mantém a distinção entre o verdadeiro e o falso, enquanto o Bullshiter faz pouco caso desta distinção. Desse modo, o Bullshit se aproxima do blefe. Qual é a causa do aumento da produção de Bullshit? Frankfurt sugere que isso se deve ao achatamento do discurso político. Mas como podemos explicar esse fenômeno? Mesmo com o elevado nível de sua análise, Frankfurt esquece de mencionar uma característica da atual sociedade de mercado, ou seja, o papel cada vez mais importante do marketing. Quando a cultura da concorrência e do marketing começou a fazer parte da educação superior, práticas que originariamente nada têm a ver com a educação, como a jactância, o engano, ranking e benchmarking passaram a pervadir e perverter também o ensino superior. Este artigo descreve e analisa as excrescências esquisitas desse processo.
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Referências
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