Sobre a atualidade política da Teoria Crítica
Ciências sociais entre alienação e emancipação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.42718Palavras-chave:
Teoria Crítica, Emancipação, Alienação, Diagnóstico de realidade, MetodologiaResumo
O objetivo deste texto, introdutório ao núcleo temático sobre a atualidade política da Teoria Crítica, é estabelecer um quadro referencial. Em um primeiro momento, coloca a questão da relação fundamental entre política, crítica e teoria social – atual já no tempo de Max Weber e na sua fundamentação das ciências sociais ao lado do político, a qual nunca perdeu a sua atualidade política. Em um segundo momento, por meio de uma retrospectiva histórica, são enfatizados aspectos fundamentais da forma de crítica da Teoria Crítica. Para tanto, recorremos a duas referências. Já Jean-Jacques Rousseau se ocupou da relação entre desigualdade e emancipação através de sua análise da alienação devida às condições sociais. Com Walter Benjamin a experiência com a política torna-se o ponto de partida para uma crítica da interconexão constitutiva entre o indivíduo e suas condições sociais. Ao assumir esses enfoques, a própria Teoria Crítica torna-se um instrumento para tornar o progressivo processo de sociação menos desigual e menos alienador – e a atualidade política permanente dessa escola de pensamento se torna evidente. Finalmente, sugerimos uma breve sistematização dos textos, em diálogo entre cientistas alemães e brasileiros, perguntando pelo lugar da política nas teorias sociais; pela relevância da política para diferentes teorias sociais atuais, notadamente pós-colonial e teoria crítica; por diagnósticos atuais de realidade feitos na perspectiva da Teoria Crítica.
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