Na captura de uma agência astuciosa: lições de uma etnografia com crianças sobre usos da noção de bullying

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2020.2.31448

Palavras-chave:

Bullying. Agência. Infância. Educação. Etnografia.

Resumo

Este artigo aborda interpelações teóricas, metodológicas e éticas levantadas ao se abraçar crianças enquanto sujeitos de pesquisa numa etnografia da agência da noção de bullying na contemporaneidade brasileira. Para situar esses desafios num contexto empírico, a exposição delimita como estudo de caso as conexões que as crianças hoje estabelecem entre o agenciamento desse conceito e a atribuição de apelidos pejorativos entre pares escolares.

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Biografia do Autor

Juliane Bazzo, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR.

Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Porto Alegre, RS,  com estágio doutoral na City University of New York (Cuny), Queens College e The Graduate Center, New York, EUA. Professora substituta do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR.

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Publicado

2020-07-20

Como Citar

Bazzo, J. (2020). Na captura de uma agência astuciosa: lições de uma etnografia com crianças sobre usos da noção de bullying. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 20(2), 248–258. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2020.2.31448