A política democrática entre institucionalização e espontaneidade: apontamentos a partir da teoria da modernidade de Habermas
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2017.3.20255Palabras clave:
Habermas, Modernização Ocidental, Política, Sistemas Sociais, Classes Sociais.Resumen
Neste artigo, critico a estratégia metodológico-programática, por parte da teoria da modernidade de Jürgen Habermas e de seu consequente procedimentalismo jurídico-político, em termos de utilização da correlação entre teoria de sistemas e teoria normativa como base para o entendimento-enquadramento da modernização ocidental, o que leva a um duplo problema: primeiro, ao fato de que os sistemas sociais são estruturas lógico-técnicas, de caráter autorreferencial, auto-subsistente, autônomo e fechado em relação ao mundo da vida, marcados basicamente por racionalidade instrumental e dinamizados desde um procedimento exclusivamente interno aos próprios sistemas sociais, o que significa que eles são estruturas e sujeitos não-políticos e não-normativos, eliminando-se, aqui, a possibilidade de uma intervenção político-normativa direta canalizada desde os sujeitos políticos da sociedade civil; segundo, a utilização tanto dessa noção de instituição ou sistema social (enquanto estrutura-sujeito lógico-técnico, não-político e não-normativo, de dinâmica de funcionamento e de legitimação autorreferencial e auto-subsistente) e do conceito de sociedade complexa como definindo as sociedades democráticas contemporâneas, que (a) são constituídas por esse tipo de sistema social, (b) já não possuem um centro político-institucional dinamizador da evolução social e (c) são marcadas pelo anonimato e pela individualização dos sujeitos políticos. Nesse sentido, gesta-se um procedimentalismo jurídico-político que, por um lado, é imparcial, neutro, formal e impessoal em relação às classes sociais e às lutas de classe, despolitizando as instituições e sua dinâmica interna, assim como as próprias classes sociais e suas lutas e contrapontos por hegemonia, além de, por outro lado, estar restringindo por aquele caráter lógico-técnico dos sistemas sociais, o que trava e enfraquece a práxis política democrática em relação aos sistemas sociais de um modo geral e às instituições jurídico-políticas em particular. Aqui, o institucionalismo forte torna-se a base e o sujeito centrais da constituição, da legitimação e da evolução institucionais-societais.
Descargas
Citas
HABERMAS, Jürgen. Teoria do agir comunicativo (Vol. I): racionalidade da ação e racionalização social. Tradução de Paulo Astor Soethe. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
________________. Teoria do agir comunicativo (Vol. II): sobre a crítica da razão funcionalista. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
________________. Direito e democracia (Vol. I): entre facticidade e validade. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
________________. Direito e democracia (Vol. II): entre facticidade e validade. Tradução de Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
_______________. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. Tradução de Luis Sérgio Repa e de Rodnei Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
_______________. Ensayos políticos. Traducción de Ramón Garcia Cotarelo. Barcelona: Ediciones Península, 1997.
NOBRE, Marcos. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
RANCIÈRE, Jacques. O ódio à democracia. Tradução de Mariana Echalar. São Paulo: Boitempo, 2014.
SINGER, André. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Veritas implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Veritas como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada. Copyright: © 2006-2020 EDIPUCRS