Humanidade e dignidade em Kant
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2016.1.19846Palabras clave:
Ciência. Tecnologia. Kant. Ética. Humanidade. Fim.Resumen
A ciência e a tecnologia ocupam um lugar fundamental e insubstituível na construção da realidade sociocultural atual. Estão ligadas ao destino da vida humana, sendo que o ser do homem está marcado cada vez mais pela ciência e a depender dela em sua efetivação. Porém, do expressivo avanço científico tecnológico advém um dilema que penetra o âmago da realidade sociocultural humana. O homem contemporâneo, por um lado, sente-se orgulhoso de ter superado a pura facticidade existencial de uma vida simplesmente inserida em crenças tradicionais, assumindo, por sua vez, a consciência de seu processo de autoconstrução e uma vida eminentemente racionalizada, mas, por outro, ele não consegue superar e ultrapassar a vigência histórica da normatividade da comunidade humana histórica na qual ele está inserido. Contudo, percebendo-se que o progresso científicotecnológico avança rapidamente, exigindo, pois, um novo espectro do raciocínio ético da ação, dimensão esta desconhecida a todas as formas precedentes de ação e reflexão, constata-se certo descompasso entre os avanços da ciência e da tecnologia com o alcance da reflexão e da práxis do agir ético, especialmente, depois que a ciência e a técnica ampliaram a margem de liberdade e autonomia a ponto de ser possível afirmar, depois de um desencantamento da natureza externa, agora, uma espécie de um novo encantamento com a natureza interna. À luz dessa nova conjuntura sociocultural, tem-se o propósito de remontar à Fundamentação da metafísica dos costumes de Kant na segunda formulação do imperativo categórico, humanidade como fim, a fim de investigar se a mesma, por um lado, pode ser aproximada à compreensão do fim último e do fim final no processo de moralização na Crítica do juízo, e, por outro lado, se tal formulação pode ser ancoradouro razoável à discussão ética contemporânea de espectro em nentemente científico.
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