Merleau-Ponty e a herança hegeliana da dialética

Autores/as

  • Claudinei Aparecido de Freitas da Silva UNIOESTE

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2014.2.12248

Palabras clave:

Merleau-Ponty. Hegel. Dialética. História. Contingência. Ambiguidade.

Resumen

Sabe-se que, ao ganhar expressão na obra de Hegel, a dialética ainda terá uma repercussão decisiva no debate contemporâneo. Amostra disso é a sua recepção no seio da tradição fenomenológica inaugurada por Husserl, e que tem, nas figuras de Sartre e de Merleau- Ponty, duas referências emblemáticas. Meu objetivo, aqui, consiste em fazer um sumário balanço dessa herança conceitual nas mãos desse último autor. Quer dizer: partindo da própria matriz hegeliana, ao situar o seu alcance e os seus limites, trata-se de cortejar a inflexão operada pela noção merleau-pontyana de “hiperdialética”, ou seja, uma “dialética sem síntese”. O que Merleau-Ponty retrata é o reconhecimento, na dialética, de uma atitude “autocrítica” no sentido de que ela não pode ser nem o “ser para si” nem o “ser em si”. Sua dimensão “hiper” acentua, sobremaneira, um movimento de “ir além”, de “transcender” toda polaridade rígida, isto é, de desconstruir toda síntese final positiva indiferente ao sentido ambíguo da experiência e da história no coração da contingência.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Claudinei Aparecido de Freitas da Silva, UNIOESTE

Pós-Doutorado em Filosofia pela Université Paris I - Panthéon/Sorbonne. Professor do Colegiado de Graduação e Mestrado em Filosofia da UNIOESTE.

Citas

BAVARESCO, A.; COSTA, A. O. “Movimento lógico da figura hegeliana do senhor e do servo”. In: Trans/Form/Ação, Marília, 36, 1 (jan.-abr. 2013), p. 37-60.

BENOIT, A. H. R. “A dialética hegeliana como superação da dialética platônica”. In: Revista Idéias, IFCH-Unicamp, 1 (1995), p. 79-93.

BERGSON, H. La pensée et le mouvant: essais et conférences. Paris: PUF, 1969.

CUEILLE, J-N. “La profondeur du négatif: Merleau-Ponty face à la dialectique de Hegel”. In: Chiasmi International, from nature to ontology, 2 (2000), p. 301-335.

DASTUR, F. “Merleau-Ponty et Hegel: ontologie et dialectique”. In: Chiasmi International, thinking without dualisms today, 11 (2009), p. 33-48.

HEGEL, G.W.F. Nürnberger und Heidelberger Schriften (1808-1817). Frankfurt am Main. Suhrkamp Taschenbuch Wissenschaft, 1986, (Werke 4).

______. Wissenschaft der Logik (Bd II). Frankfurt am Main. Suhrkamp Taschenbuch Wissenschaft, 1990, (Werke 6).

______. Enciclopédia das ciências filosóficas em compêndio (1830): I – A Ciência da Lógica. Trad. Paulo Menezes. São Paulo: Loyola, 1995.

______. Fenomenologia do espírito. 4. ed. Trad. P. Meneses. Petrópolis (RJ): Vozes, 2007.

______. Filosofia do direito. 2. ed. Trad. Agemir Bavaresco et al. São Paulo/Recife/São Leopoldo: Loyola/Editora UNISINOS/UNICAP, 2010.

HYPPOLITE, J. Figures de la pensée philosophique (T. I e II). Paris: PUF, 1991.

HUSSERL, E. Ideen zu einer reinen phänomenologie und phänomenologischen philosophie. Den Haag: Martinus Nijhoff, 1976.

KESSELRING, T. “Reconstrução racional da dialética no sentido de Hegel”. In: STEIN, E.; BONI, L. Dialética e liberdade. Petrópolis (RJ)/Porto Alegre: Vozes/Editora da UFRS, 1993, p. 556-587.

KOJÈVE, A. Introduction à la lecture de Hegel. Paris: Gallimard, 1947.

LEBRUN, G. O avesso da dialética: Hegel à luz de Nietzsche. Trad. Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

MARCEL, G. “Les conditions dialectiques de la philosophie de l’intuition”. In: Revue de Métaphysique et de Morale, XX, 5 (1912), p. 638-652.

MERLEAU-PONTY, M. La structure du comportement. Paris: PUF, 1942.

______. Phénoménologie de la perception. Paris: Gallimard, 1945.

______. Éloge de la philosophie. Paris: Gallimard, 1953.

______. Signes. Paris: Gallimard, 1960.

______. Le visible et l’invisible. Paris: Gallimard, 1964.

______. Les aventures de la dialectique. Paris: Gallimard, 1967.

______. Résumés de cours: Collège de France (1952-1960). Paris: Gallimard, 1968.

______. Humanisme et terreur. Paris: Gallimard, 1972.

______. Sens et non-sens. Paris: Gallimard, 1996.

______. Notes de cours (1959-1961). Paris: Gallimard, 1996.

______. Parcours deux (1951-1961). Lagrasse: Verdier, 2000.

______. L’institution/La passivité: notes de cours au Collége de France

(1954-1955). Paris: Belin, 2003.

_____. “Inédits”. In: DUPOND, P. Vocabulário de Merleau-Ponty. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

STANGUENNEC, A. “O dialético, a dialética, as dialéticas em Hegel”. Trad. Agemir Bavaresco/Danilo V. C. Costa/Paulo R. Konzen. In: Revista Opinião Filosófica, 2, 1 (jan.-jun. 2011), p. 33-49.

TAGGART, J. E. M. “Do verdadeiro sentido da dialética de Hegel”. Trad. Danilo V. C. R. M. Costa. In: Problemata Rev. Int. de Filosofia, 4, 1 (jan.-jun. 2013), p. 315-333.

TAMINIAUX, J. “Merleau-Ponty: de la dialectique à l’hyperdialectique”. In: Tijdschrift voor Filosofie, 01 (mar. 1978), p. 34-55. Também em Recoupements. Bruxelles: Ousia, 1982.

VAZ, H. C. L. “Senhor e escravo: uma parábola da filosofia ocidental”. In: Síntese – Nova Fase, 21 (jan.-abr. 1981), p. 7-29.

WAHL, J. Le malheur de la conscience dans la philosophie de Hegel. 2. ed. Paris: PUF, 1951.

Publicado

2015-03-24

Cómo citar

Silva, C. A. de F. da. (2015). Merleau-Ponty e a herança hegeliana da dialética. Veritas (Porto Alegre), 59(2), 315–338. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2014.2.12248