Mariologia jesuítica e a mulher tupinambá no período colonial
crítica ao poema à Virgem como ferramenta de controle de corpos
DOI:
https://doi.org/10.15448/0103-314X.2024.1.46408Palavras-chave:
José de Anchieta, mulheres tupinambá, catequese, jesuíta, missãoResumo
O presente artigo aborda quem eram as mulheres tupinambá e seus respectivos papéis, bem como quem era a Virgem de José de Anchieta, que dialoga com o mundo da aldeia sob a influência (literária e prática) da sua catequese. O nosso objetivo é mostrar ou responder quais foram as raízes deixadas pela catequese jesuítica, baseada na figura de Maria, sendo utilizada como uma ferramenta de controle social das mulheres tupinambá do século XVI. Sendo assim, este artigo não abordará as mulheres brancas, europeias, que aqui viviam. Neste “encontro” de culturas entre europeus e ameríndios, a categoria de análise é gênero, cujos pilares são: a mulher tupinambá, a Virgem e a catequese anchietana. Nesse processo, os povos tupis sofrem modificações na sua organização (rito e cultura), ou seja, o mundo das mulheres na aldeia passa por transformações profundas. A sociedade patriarcal ocidental cristã altera as relações entre homens e mulheres (questões de gênero), altera os costumes, os ritos e, consequentemente, os papéis sociais.
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