Análise cinemática da marcha em indivíduos com hemiparesia espástica após acidente vascular cerebral

Autores

  • Patrick Jacobsen Westphal
  • Jussara Ferreira
  • Vinícius Mazzochi Schmitt
  • Fernanda Cechetti
  • Leandro Bonetti
  • Raquel Saccani Universidade de Caxis do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.2.22776

Palavras-chave:

acidente vascular cerebral, cinemática, fenômenos biomecânicos, marcha.

Resumo

Objetivos: Avaliar a cinemática linear e angular da marcha  em  pacientes hemiparéticos espásticos após acidente vascular cerebral, considerando os valores da normalidade e o membro não afetado.

Métodos: Estudo transversal, no qual participaram indivíduos adultos com hemiparesia espástica após acidente vascular cerebral, selecionados na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Caxias do Sul. A análise cinemática da marcha foi realizada no Laboratório de Análises Biomecânicas do Movimento Humano da mesma instituição, seguindo o protocolo de Laroche. Para análise de dados foi utilizada estatística descritiva, teste t para média de uma amostra e teste t pareado. O nível de significância adotado foi p<0,05.

Resultados: Foram estudados oito indivíduos adultos, com idade entre 43 a 59 anos, de ambos os sexos. Foi identificada diferença significativa na cinemática linear  da marcha do membro afetado para todas as variáveis estudadas. Considerando a comparação entre os membros inferiores, o comprimento do passo e o tempo do passo foram significativamente maiores no hemicorpo acometido. Com relação às variáveis angulares, os indivíduos demonstraram diferença significativa da normalidade em todas as variáveis, exceto flexão de quadril. Observou-se ainda, menor variação angular (flexão/extensão) no joelho do membro afetado quando comparado com o sadio.

Conclusões: O estudo indicou alterações na cinemática da marcha do membro acometido de indivíduos hemiparéticos após acidente vascular cerebral, comparando com a normalidade e com o membro contralateral, caracterizando a presença de um padrão flexor incomum. Essas alterações podem estar relacionadas com diminuição do equilíbrio e do controle motor, fraqueza muscular, déficit proprioceptivo, aumento do tônus, contraturas e deformidades.

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Referências

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Publicado

2016-05-13

Como Citar

Westphal, P. J., Ferreira, J., Schmitt, V. M., Cechetti, F., Bonetti, L., & Saccani, R. (2016). Análise cinemática da marcha em indivíduos com hemiparesia espástica após acidente vascular cerebral. Scientia Medica, 26(2), ID22776. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.2.22776

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