Tony Manero, de Pablo Larrain: moda e alienação

Autores

  • Marina Soler Jorge Departamento de História da Arte, Unifesp

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2018.1.26829

Palavras-chave:

Cinema latino-americano. Moda. Chile.

Resumo

Este artigo procura analisar o filme Tony Manero, de Pablo Larrain, a partir do fenômeno da moda, deslocando assim a questão da identidade chilena e da indústria cultural estadunidense, que frequentemente são considerados elementos centrais na interpretação da obra, e colocando o foco na forma inquietante a partir da qual Raul, o protagonista do filme, participa de maneira isolada e patológica da febre disco. A partir da análise fílmica, procuraremos mostrar que o que há de inquietante e crítico em Tony Manero não é a imitação de um suposto modelo estadunidense no contexto da ditadura chilena, mas a aceitação de Raul como modelo entre seus próprios colegas. Para isso, além da análise fílmica, nossa metodologia proporá considerações sobre a moda e o fenômeno disco, bem como uma análise sobre o filme referência Embalos de Sábado a Noite.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Soler Jorge, Departamento de História da Arte, Unifesp

Marina Soler Jorge é socióloga e professora Adjunto III do Departamento de História da Arte da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp. Cursou Sociologia e Ciência Política na Unicamp, é Mestre em Sociologia pela Unicamp e Doutora em Sociologia pela USP. Atua nas áreas de Sociologia da Arte, Sociologia do Cinema, Cinema Brasileiro, Cinema Documentário, Cinefilia e Figurino. É autora do livro "Cultura Popular no Cinema Brasileiro dos Anos 90" (2010) e "Lula no Documentário Brasileiro" (2011), além de artigos sobre cinema, recepção e sociologia da arte.

Referências

Barreto, Vinicius; Montoro, Tânia. Representação e ilusão na trilogia do cineasta Pablo Larraín acerca da ditadura no Chile. Cinémas d›Amérique Latine, v. 1, p. 1-10, 2016.

BRUZZI, Stella. Undressing cinema: clothing and identity in the movies. Abingdon: Routledge, 2009, ebook.

CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas. São Paulo: EDUSP, 2008.

JAMESON, Fredric. Reificação e utopia na cultura de massa. Crítica marxista, v. 1, n. 1, p. 1-25, 1994.

JORDAN, Chris. Gender and class mobility in Saturday Night Fever and Flashdance. Journal of Popular Film and Television, v. 24, n. 3, p. 116-122, 1996. DOI: https://doi.org/10.1080/01956051.1996.9943721.

Lipovetsky, Gilles. O império do efêmero. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

MONTORO, Tânia; Barreto, Vinicius. A alegoria da identidade chilena no filme Tony Manero (2008), de Pablo Larraín. Esferas - Revista Interprogramas de Pós-graduação em Comunicação do Centro Oeste, v. 6, 2015, p. 11-20.

MORIN, Edgar. O cinema ou o homem imaginário: ensaio de antropologia. Lisboa: Moraes, 1970.

FILMOGRAFIA

Dancing Days. Direção: Daniel Filho, Brasil, 1978-1979. 8700 min (174 capítulos), son.

De Volta para o Futuro Parte III (Back to the Future Part III). Direção: Robert Zemeckis, EUA, 1990. 118 min, son.

Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever). Direção: John Badham, EUA, 1977. 118 min, son.

Grease - nos tempos da brilhantina (Grease). Direção: Randal Kleiser, EUA, 1978. 110 min, son.

No. Direção: Pablo Larraín, Chile, 2012. 118 min, son.

Post Mortem. Direção: Pablo Larraín, Chile, 2010. 98 min, son.

Rango. Direção: Gore Verbinski, EUA, 2011. 107 min, son.

Rocky: Um Lutador (Rocky). Direção: John G. Avildsen, EUA, 1976. 120 min, son.

Tony Manero. Direção: Pablo Larraín, Chile, 2008. 97 min, son.

Downloads

Publicado

2018-01-02

Como Citar

Jorge, M. S. (2018). Tony Manero, de Pablo Larrain: moda e alienação. Revista FAMECOS, 25(1), ID26829. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2018.1.26829

Edição

Seção

Cinema