Por uma exploração sensorial e afetiva do real: esboços sobre a dimensão háptica do cinema contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2014.3.15919Palavras-chave:
Cinema contemporâneo, Realismo sensório, Visualidade hápticaResumo
Este artigo pretende investigar a dimensão háptica (tanto visual quanto sonora) presente no chamado “cinema de fluxo”, vertente transnacional do cinema das duas últimas décadas, marcada pela emergência de um realismo sensório. Trata-se de um cinema cujas narrativas são calcadas em ambiências e por uma experiência audiovisual conduzida pela sobrevalorização de uma sensorialidade multilinear e dispersiva, ampliadas pela presença de um complexo desenho de som. Nossa abordagem será centrada em dois aspectos: de um lado, a conceituação do realismo sensório dentro do panorama do cinema contemporâneo; do outro, as manifestações de uma visualidade háptica, mais tátil do que óptica (Marks, 2000; Bruno, 2010) e de uma escuta háptica, capaz de instalar um estado de ambiguidade na percepção sonora (Marks, 2000) na construção narrativa dos filmes do “cinema de fluxo”. Tais conceitos serão aplicados na análise de obras de cineastas como Naomi Kawase, Claire Denis, Apichtatpong Weerasethakul e Hou Hsiao-Hsien.
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