O uso de dados e métodos digitais nas pesquisas em comunicação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2019.2.32473Palavras-chave:
humanidades digitais. Métodos computacionais. Comunicação.Resumo
Este artigo faz um esforço exploratório de mapear as principais implicações epistemológicas e metodológicas de recentes desenvolvimentos tecnológicos para as pesquisas da Comunicação. São eles: a popularização do computador pessoal, a da internet e o surgimento das ferramentas características da Web 2.0. A partir desse mapeamento, traçamos uma tipologia ao identificarmos tendências entre os estudos contemporâneos que fazem uso de técnicas computacionais de coleta e análise de dados, buscando indicar desafios e caminhos para evitar um possível tecnicismo de tais métodos. Nosso trabalho destaca críticas que têm surgido entre pesquisadores das ciências humanas e sociais que problematizam valores e práticas de pesquisa reforçados pelo fetiche quantitativo e deslumbramento com a era de dados abundantes que vivemos. Um dos nossos principais argumentos é o de que metodologias híbridas são umas das melhores soluções para nos beneficiarmos humanamente da virada computacional em nosso campo.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Afonso; MAGALH ÃES CARVALH O, Eleonora De; SANTOS JR., Marc elo Alves Dos. Ciberativismo no Brasil. In: DANE, Felix (org.). Internet e sociedade. Cadernos Adenauer. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2015. p. 75-95.
BAYM, Nancy K. Tune in, log on: soaps, fandom, and online community. Thousand Oaks, Calif: Sage Publications, 2000.
BERRY, David M. Introduction: Understanding digital humanities. In: BERR, David. Understanding digital humanities. London - UK: Palgrave Macmillan, 2012. Disponível em: http://public.eblib.com/choice/publicfullrecord.aspx?p=868344. Acesso em: 23 fev. 2018. https://doi.org/10.1057/9780230371934_1
BERRY, David M. Critical theory and the digital. New York/London. Bloomsbury Publishing, 2014.
BRUNS, A.; WELL ER, K.; HARRINGT ON, S. Twitter and Sports: Football Fandom in Emerging and Established markets. In: K. WELL ER et al. (ed.). Twitter and Society. New York: Peter Lang, 2014. p. 263-280.
BURGESS, Jean; BRUNS, Axel. Twitter Archives and the Challenges of “Big Social Data” for Media and Communication Research. M/C Journal, v. 15, n. 5, 11 out. 2012. Disponível em: http://journal.media-culture.org.au/index.php/mcjournal/article/view/561. Acesso em: 23 fev. 2018.
BURROWS, John. Textual Analysis. In: SCHREIBMAN, Susan; SIEMENS, Ray; UNSWORTH , John (org.). A Companion to Digital Humanities. Malden, MA, USA: Blackwell Publishing Ltd, 2004. p. 323-347. Disponível em: http://doi.wiley.com/10.1002/9780470999875.ch23. Acesso em: 23 fev. 2018. https://doi.org/10.1002/9780470999875.ch23
DE BARROS FILH O, Clóvis; PRAÇA, Sérgio. Agenda Setting, Newsmaking e a Espiral do Silêncio. In: CITELL I, Adilson e outros (org.). Dicionário de comunicação: escolas, teorias e autores. São Paulo, SP: Editora Contexto, 2014. p. 25-35.
DIXON, Dan. Analysis Tool or Research Methodology: Is there an epistemology for patterns? In: BERRY, D. Understanding digital humanities. Palgrave Macmillan UK, 2012. p. 191-209. https://doi.org/10.1057/9780230371934_11
EITELJORG, Harrison. Computing for Archaeologists. In: SCHREIBMAN, Susan; SIEMENS, Ray; UNSWORTH , John (org.). Companion to Digital Humanities. Blackwell Companions to Literature and Culture. Hardcover ed. Oxford: Blackwell Publishing Professional, 2004. Disponível em: http://www.digitalhumanities.org/companion/. Acesso em: 23 fev. 2018.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina; JACKS, Nilda. Comunicação e Recepção. São Paulo: Hackers Editores, 2005.
GILLESPIE, Tarleton. The politics of ‘platforms’. New Media & Society, v. 12, n. 3, p. 347-364, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1177/1461444809342738. Acesso em: 4 nov. 2019.
GITELMAN, Lisa; JACKSON, Virginia. Introduction. In: GITELMAN, Lisa (ed.). “Raw data” is an oxymoron. MIT Press: Cambridge, 2013. p. 1-14. https://doi.org/10.4074/s0336150013013100
GIGLIETT O, Fabio; SELVA, Donatella. Second Screen and Participation: A Content Analysis on a Full Season Dataset of Tweets. Journal of Communication, v. 64, n. 2, p. 260-277, 1 abr. 2014. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jcom.12085/abstract. Acesso em: 23 fev. 2018. https://doi.org/10.1111/jcom.12085
HOCKEY, Susan. The History of Humanities Computing. In: SCHREIBMAN, Susan; SIEMENS, Ray; UNSWORTH , John (ed.). A Companion to Digital Humanities. Blackwell: Oxford, 2004. Disponível em: http://www.digitalhumanities.org/companion/. Acesso em: 23 fev. 2018. https://doi.org/10.1111/b.9781405103213.2004.00024.x
KATZ, Elihu. O Estudo da Comunicação e a imagem da sociedade. In: COHN, Gabriel (org.). Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo. Nacional, 1975. p. 155-61.
KOENIG, Thomas. Routinizing Frame Analysis through the use of CAQDAS. Paper presented at The Bi-annual RC-33 meeting, Amsterdam, 17-20 ago. 2004. Disponível em: http://www.restore.ac.uk/lboro/research/case_studies/hohmann/frames_and_CAQDAS.pdf. Acesso em: 23 fev. 2018.
KOENIG, Thomas. Compounding mixed-methods problems in frame analysis through comparative research. Qualitative Research v. 6, n. 1, p. 61-76, 1 fev. 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1177/1468794106058874.
LIU, A. Where Is Cultural Criticism in the Digital Humanities? In: GOLD, M. K. (ed.). Debates In the digital humanities. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2012. p. 490-509. https://doi.org/10.5749/minnesota/9780816677948.003.0049
MANOVICH, Lev. Trending: The promises and the challenges of big social data. In: GOLD, M. Debates in the digital humanities. University of Minnesota Press: Minneapolis, 2012. p. 460-475. https://doi.org/10.5749/minnesota/9780816677948.003.0047
NAPOLI, Philip; CAPLAN, Robyn. Por que empresas de mídia insistem que não são empresas de mídia, por que estão erradas e por que isso importa. Parágrafo, v. 6, n. 1, p. 143-163, 2018. https://doi.org/10.17771/pucrio.acad.11435
NEUMAN, W. R. e outros The Dynamics of Public Attention: Agenda-Setting Theory Meets Big Data: Dynamics of Public Attention. Journal of Communication, v. 64, n. 2, p. 193–214, abr. 2014. Disponível em: https://academic.oup.com/joc/article/64/2/193-214/4086099. Acesso em: 23 fev. 2018. https://doi.org/10.1111/jcom.12088
PORTO, Mauro. A pesquisa sobre recepção e os efeitos da mídia: propondo um enfoque integrado. In: FERREIRA, Giovandro; MARTINO, Luiz Cláudio (org.). Teorias da Comunicação: epistemologia, ensino, discurso e recepção. Bahia: Edufba, 2007.
PRESNER, Todd. Digital Humanities 2.0: A Report on Knowledge, 2010. Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.469.1435&rep=rep1&type=pdf. Acesso em: 23 fev. 2018.
ROGERS, Richard. The end of the virtual: digital methods. Amsterdam: University Press, 2009.
ROGERS, Richard. Digital Methods for Web Research. In: SCOTT , Robert A.; KOSSLYN, Stephan M. (org.). Emerging Trends in the Social and Behavioral Sciences. Hoboken, NJ, USA: John Wiley & Sons, Inc., 2015. p. 1-22.. https://doi.org/10.1002/9781118900772.etrds0076
SCHREIBMAN, Susan; SIEMENS, Ray; UNSWORTH , John. Companion to Digital Humanities (Blackwell Companions to Literature and Culture). Hardcover ed. Oxford: Blackwell Publishing Professional, 2004. Disponível em: http://www.digitalhumanities.org/companion/. Acesso em: 23 fev. 2018.
SILVEIRA, Fabrício. Teoria dos Usos e Gratificações. In: CITELL I, Adilson et al. (org.). Dicionário de comunicação: escolas, teorias e autores. São Paulo, SP: Editora Contexto, 2014. p. 459–456.
VAN DIJCK, J. Datafication, dataism and dataveillance: Big Data between scientific paradigm and ideology. Surveillance & Society, v. 12, n. 2, p. 197-208, 2014. Disponível em: https://ojs.library.queensu.ca/index.php/surveillance-and-society/article/view/4776. Acesso em: 8 out. 2019. https://doi.org/10.24908/ss.v12i2.4776
VAN DIJCK, J. O. S. É. Confiamos nos dados? As implicações da datificação para o monitoramento social. MATRIZes, v. 11, n. 1, p. 39-59, 2017. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/1430/143050607004.pdf. Acesso em: 8 out. 2019.
VIMIEIRO, A. C. A produtividade digital dos torcedores de futebol brasileiros: formatos, motivações e abordagens. Revista Contracampo, v. 31, p. 23-59, 2014. Disponível em: http://periodicos.uff.br/contracampo/article/download/17534/11160. Acesso em: 8 out. 2019. https://doi.org/10.22409/contracampo.v0i31.695
VIMIEIRO, A. C. Football supporter cultures in modern-day Brazil: Hypercommodification, networked collectivisms and digital productivity. Brisbane. Tese (Doutorado) – Faculdade de Indústrias Criativas, Queensland University of Technology, 2015. Disponível em: http://eprints.qut.edu.au/91056. Acesso em: 08 out. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista FAMECOS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Famecos implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Famecos como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.