Mudanças no jornalismo: o repórteramador e a análise de redes sociais
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2019.2.31595Palavras-chave:
Jornalismo. Repórter-amador. Cidadão repórter.Resumo
Quais são as principais características do repórter-amador e como podemos estudá-lo? Este trabalho, de cunho teórico-metodológico, analisa as mudanças recentes no campo do jornalismo com a passagem do indivíduo da condição de cidadão repórter para a de repórter-amador: atores que produzem notícias a partir de espaços próprios, sem se submeterem a edições e critérios de noticiabilidade do jornalismo. Metodologicamente, fizemos uma discussão sobre as fases do jornalismo para depois enfatizarmos as características do repórter-amador e as técnicas para estudá-lo, a exemplo da Análise de Redes Sociais (ARS) e de entrevistas semiestruturadas. A temática é relevante por contemplar os desafios contemporâneos da comunicação e de pesquisas no ambiente virtual. Entre os resultados, apontamos que, entre outras coisas, o repórter-amador não recebe remuneração, dedica o tempo livre e de lazer a práticas jornalísticas e entra e sai do jornalismo a qualquer momento.
Downloads
Referências
AMARAL, Luiz. Jornalismo: matéria de primeira página. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1997.
ANDERSON, Chris. A cauda longa. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2006.
BECKER, Howard S. Mundos artísticos e tipos sociais. In: VELH O, Gilberto (org.). Arte e sociedade: ensaios de sociologia da arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977. p. 09-25.
BELOCHIO, Vivian; MIELN ICZU CK, Luciana. O jornalismo digital e as estratégias de colaboração: sinais da des-re-territorialização. In: STASIAK, Daiana; SANTI, Vilso Junior (org.). Estratégias e identidades midiáticas: matizes da comunicação contemporânea. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2011. p. 57-75. https://doi.org/10.5007/1984-6924.2009v6n2p203
BRIGGS, Mark. Jornalismo 2.0: como sobreviver e prosperar − Um guia de cultura digital na era da informação. College Park: J–Lab e Knight Citizen News Network, 2007.
BURITY, Joanildo A. Teoria do discurso e análise do discurso: sobre política e método. In: WEBER, Silke; LEITHAUSER, Thomas (org.). Métodos qualitativos nas ciências sociais e na prática sociais. Recife: Editora da UFPE, 2007. p. 72-83.
CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança. Rio de Janeiro: Zahar editora, 2013. https://doi.org/10.1590/s0104-71832015000200019
CASTRO, Paulo César. Jornalismo participativo e midiatização da recepção: a domesticação dos leitores na seção “Eu-repórter” do Globo Online. IX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO – SBPJOR. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro, ECO – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 03 nov. 2011. https://doi.org/10.5753/ersirj.2018.4649
CAVALCANTI, Davi Barboza. Redes sociais virtuais como instrumentos de mobilização política: uma análise do grupo “Direitos Urbanos/Recife” no Facebook. 2016. 144 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia, UFPE, Recife, 2016. Disponível em: http://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17781. Acesso em: 24 mar. 2018. https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-0695.2018v13n1.39003
DONK et al. (eds.). Cyberprotest − New media, citizens and social movements. London/New York: Routledge, 2004. https://doi.org/10.4324/9780203644225
ERBOLATO, Mário. Técnicas de codificação em jornalismo. São Paulo: Ática, 2003.
FERRARI, Pollyana (org.). Hipertexto, hipermídia: as novas ferramentas da comunicação digital. São Paulo: Contexto, 2007.
FERREIRA, Jonatas; FONTES, Breno. Ágora eletrônica: algumas reflexões teórico-metodológicas. Estudos de Sociologia, Recife, v. 2, n. 19, 2013. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista/article/view/405/331. Acesso em: 14 abr. 2018.
GARCIA, Luiz (org.). O Globo: manual de redação e estilo. São Paulo: Globo, 1998.
GARCÍA DE MADARIAGA MIRANDA, José María. El periodismo en el siglo XXI: una profesión en crisis ante la digitalización. Madrid: Editorial Dykinson, SL, 2008. https://doi.org/10.35985/9789585522060.3
GILLMOR, Dan. Nós, os media. Lisboa: Presença, 2005. G1. Robert Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder. Mundo, 21 nov. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/mugabe-renuncia.ghtml. Acesso em: 20 mar. 2018.
HOLLSTEIN, Bettina. Qualitative approaches. In: SCOTT John (ed.). Sage handbook of social network analysis. London/New Delhi: Sage Publications Ltd., 2011. p. 404-416. https://doi.org/10.4135/9781446294413.n27
JENKINS, Henry. A cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SERIAWAN, Iwan. Marketing 4.0 − do tradicional ao digital. Tradução de Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2002.
LAHIRE, Bernard. O homem plural. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
LAHIRE, Bernard. Retratos sociológicos: disposições e variações individuais. Porto Alegre: Artmed, 2004.
LAHIRE, Bernard. A cultura dos indivíduos. Porto Alegre: Artmed, 2006.
LAHIRE, Bernard. Por uma sociologia disposicionalista e contextualista da ação. In: JUNQUEIRA, L. (org.). Cultura e classes sociais na perspectiva disposicionalista. Recife: Editora da UFPE, p. 17-36, 2010.
LARA, Tíscar. Periodismo ciudadano. ¿Qué tiene de peridismo? ¿Qué tiene de ciudadano?. Madri: UIP, maio de 2009, s/p. Disponível em: http//www.slideshare.net/tiscar/periodismociudadano-1481066. Acesso em: 07 abr. 2018.
LIMA SOBRINHO, Barbosa. O industrialismo na imprensa. In: LIMA SOBRINHO, Barbosa. O problema da imprensa [1923], capítulo transcrito da 2. ed. São Paulo: Edusp, p. 29- 34, 1988.
MARCONDES FILHO, Ciro. Comunicação e jornalismo. A saga dos cães perdidos. São Paulo: Hacker Editores, 2002.
MELO, Patrícia Bandeira de. Sujeito sem voz: agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco. Recife: UFPE, 2003. Mimeo.
MELO, Patrícia Bandeira de. Histórias que a mídia conta: o discurso sobre o crime violento e o trauma cultural do medo. Recife: Editora da UFPE, 2010.
MESQUITA, Giovana. Jornalismo participativo e as novas relações entre imprensa e audiência na produção de notícia. XIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE. Anais... Campina Grande (PB): Intercom Regional, junho de 2010.
MOLINA, Jose Luis. El análisis de redes sociales: uma introducción. Barcelona: Bellaterra, 2001.
MORETZSOHN , Sylvia. Pensando contra os fatos − Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
MOYO, Last. Repression, propaganda, and digital resistance: new media and democracy in Zimbabwe. In: MUDHAI, Okoth Fred; TETTEY, Wisdom J., BANDA, Fackson (eds.). African media and the digital public sphere. New York: Palgrave Macmillan, p. 57-71, 2009. https://doi.org/10.1057/9780230621756_4
OLIVEIRA, Sheila Borges de. O repórter-amador: uma análise das disposições sociais motivadoras das práticas jornalísticas do cidadão comum. Recife: Editora Cepe, 2015.
PRIMO, Alex Fernando Teixeira. Transformações no jornalismo em rede: sobre pessoas comuns, jornalistas e organizações; blogs, twitter, facebook e flipboard. IX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO – SBPJOR. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro, ECO- Universidade Federal do Rio de Janeiro, 03 nov. 2011. https://doi.org/10.5753/ersirj.2018.4649
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet, difusão de informação e jornalismo: elementos para discussão. In: SOSTER, Demétrio de Azeredo; FIRMINO, Fernando (org.). Metamorfoses jornalísticas 2: a reconfiguração da forma. Santa Cruz do Sul: EDUN ISC, 2009. p. 39-55.
RECUERO, Raquel. Contribuições da análise de redes sociais para o estudo das redes sociais na internet: o caso da hashtag #Tamojuntodilma e #CalaabocaDilma. Revista Fronteiras – Estudos Midiáticos, São Leopoldo, v. 16, n. 2, p. 60-77, maio/agosto de 2014. https://doi.org/10.4013/fem.2014.162.01
RODRÍGUEZ, Josep A. Análisis estructural y de redes. Cuadernos metodológicos, Madri, n. 16, 1995.
SANTOS, Rogério. Jornalistas e fontes de informação: a sua relação na perspectiva da sociologia do jornalismo. Coimbra: Edições Minerva Coimbra, 2003.
SBARAI, Rafael. Minha notícia, IReport e OhmyNews: modelos de cooperação ou colaboração no jornalismo digital? In: LIMA JUN IOR, Walter Teixeira (org.). Comunicação, tecnologia e cultura de rede. São Paulo: Momento Editoral, 2011. p. 12-39. Disponível em: http://www.livroteccred.blogspot.com. Acesso em: 16 maio 2018.
SOARES, Marcelo; SÁ, Nelson de. Jornalismo domina rede social durante protestos pelo país. Poder, Folha de S. Paulo, São Paulo, 4 jul. 2013. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1305911-jornalismo-domina-rede-social-durante-protestos-pelo-pais.shtml. Acesso em: 23 fev. 2018. https://doi.org/10.20287/ec.n26.v2.a10
SOSTER, Demétrio de Azeredo. Modelo para análise do jornalismo midiatizado. In:
SOSTER, Demétrio de Azeredo; FIRMINO, Fernando (org.). Metamorfoses jornalísticas 2: a reconfiguração da forma. Santa Cruz do Sul: EDUN ISC, p. 120-140, 2009. https://doi.org/10.17058/rzm.v3i1.6254
VIZEU, Alfredo (org.). A sociedade do telejornalismo. Petrópolis: Vozes, 2008.
VIZEU, Alfredo; ROCHA, Heitor; MESQUITA, Giovana. Nem jornalista, nem somente audiência: o cidadão como coprodutor da notícia, novos desafios para o Jornalismo. Revista ECOPÓS, Dossiê: cidades midiáticas, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1., p. 291-302, 2011. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/923/863. Acesso em: 2 abr. 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista FAMECOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.