Sobre a sustentabilidade como fantasia liberal-capitalista: do tampão verde à ecologia sem natureza
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2015.3.20552Palavras-chave:
Sustentabilidade, Revistas de negócios, ComunicaçãoResumo
O objetivo desta pesquisa é mapear os modos pelos quais os dispositivos midiáticos especializados em economia e negócios lidam com a tensão entre o discurso liberal-capitalista, que embasa seus contratos de comunicação, e a crise ambiental. A metodologia é a análise discursiva ancorada em Laclau e e Žižek. Para isso foram analisados 629 textos sobre meio ambiente publicados durante um ano nas revistas Exame, IstoÉ Dinheiro e Época Negócios. Foram mapeados os pontos nodais e examinadas as estratégias discursivas que costuram os discursos a partir deste pontos. A análise indicou que o discurso da sustentabilidade corporativa tornou-se a fantasia ideológica que ancora o capitalismo hegemônico; os enunciadores tamponam semioticamente o furo da crise ambiental, erigindo sobre ele os sentidos da sustentabilidade. Dessa forma os antagonismos ecologistas que poderiam ser ameaças ao contrato, não apenas são absorvidos, como passam a ser o ponto nodal da ideologia neo-capitalista, com a promessa de que o crescimento econômico aponte a um futuro verde e limpo.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
ALIER, Juan Martínez. O Ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. São Paulo: Contexto, 2009.
BADIOU, Alain. O ser e o evento. RJ, Jorge Zahar/UFRJ: 1996.
CECHIN, Andrei. A natureza como limite da economia: a contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen. São Paulo: Senac; Edusp, 2010.
DRYZEK, John. The Politics of the Earth: environmental discourses. Segunda edição. Nova Iorque: Oxford University Press, 2005.
FONTENELLE, Isleide. A resignificação da crise ambiental pela mídia de negócios: responsabilidade empresarial e redenção pelo consumo. Revista Galáxia, v.1 3, n. 26, SP, Educ, 2013.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da biopolítica. São Paulo, Martins Fontes: 2008.
GUILLAUME, Marc. Virus vert: entretiens avec Isabelle Bourboulon. Paris: Descartes & Cie, 2002.
HOWARTH, David; STAVRAKAKIS, Yannis. Introducing discourse theory and political analysis. In: HOWARTH, David; NORVAL, Alleta; STAVRAKAKIS, Yannis. Discourse Theory and Political Analysis: identities, hegemonies and social change. Nova Iorque: Manchester U.P., 2000.
LACLAU, Ernesto. Nuevas reflexiones sobre la revolución de nuestro tiempo. Buenos Aires: Nueva visión, 2000.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonía y estrategia socialista: hacia una radicalización de la democracia. Segunda edição. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2004.
LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental: Quarta edição revista. São Paulo: Cortez, 2007.
MAFFESOLI, Michel. Saturação. São Paulo: Iluminuras, 2010.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A natureza. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
MOUFFE, Chantal. O regresso do político. Lisboa: Gradiva, 1999.
PORTO-GONÇALVES, Carlos W. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2010.
PRADO, José L. A. et al. A invenção do Mesmo e do Outro na mídia semanal. DVD Hipermídia. São Paulo: PUC-SP, 2008.
______. Regime de visibilidade em revistas. DVD Hipermídia. São Paulo: PUC-SP, 2011.
PRATES, Vinicius. A natureza deslocada: construção dos sentidos da sustentabilidade nas revistas de economia e negócios Exame, Época Negócios e IstoÉ Dinheiro. 220f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) – Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica, PUC-SP, São Paulo, 2013.
RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento. São Paulo: Editora 34, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.