Intervenções de fisioterapia respiratória utilizadas durante a hospitalização de crianças e adolescentes com asma

Relatos profissionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2021.1.39356

Palavras-chave:

asma, modalidades de fisioterapia, terapia respiratória, hospitalização, pediatria

Resumo

Objetivo: descrever e comparar as intervenções de fisioterapia respiratória utilizadas para asma durante a hospitalização em três grupos etários pediátricos. Além disso, buscou-se investigar os motivos de escolha dessas intervenções.
Métodos: a amostra foi composta por fisioterapeutas atuantes em hospitais que reportaram atender crianças e adolescentes com asma. Os profissionais responderam a um questionário online sobre dados pessoais, acadêmicos, profissionais e relativo às intervenções de fisioterapia respiratória utilizadas em lactentes, pré-escolares e escolares/adolescentes. As intervenções foram agrupadas em nove classificações: convencionais, manuais, baseadas em volume, oscilação oral de alta frequência/pressão expiratória positiva (OOAF/PEP), exercícios ventilatórios, ventilação não invasiva, técnica de expiração forçada (TEF), aspiração de vias aéreas superiores (VAS) e outras.
Resultados: foram incluídos 93 fisioterapeutas, com idade entre 31 e 40 anos (47,3%) e do sexo feminino (87,1%). As intervenções mais utilizadas nos lactentes foram a aspiração de VAS (78,5%), a aceleração do fluxo expiratório (AFE) (50,5%) e a terapia expiratória manual passiva (TEMP) (45,2%). Nos pré-escolares, predominou a tosse (75,3%), a aspiração de VAS (52,7%), a AFE (51,6%) e a TEMP/expiração lenta e prolongada (ELPr) (50,5%). Já nos escolares/adolescentes, a tosse (83,9%), os exercícios expiratórios variados (73,1%) e a ELPr (57,0%) sobressaíram-se. Houve menor utilização (p<0,01) de OOAF/PEP, de exercícios ventilatórios e de TEF nos lactentes e, também, de métodos convencionais, manuais, aspiração de VAS e outras terapias (p<0,01) nos escolares/adolescentes. Os profissionais relataram utilizar essas intervenções por serem mais eficazes na prática clínica (78,5%).
Conclusão: as intervenções manuais e as técnicas de expectoração visando à desobstrução brônquica foram as mais frequentemente utilizadas, tendo relação com a faixa etária e a escolha devido à efetividade na prática clínica.

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Biografia do Autor

Daniele Oppermann Ruckert, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), Osório, RS, Brasil.

Bacharel em Fisioterapia pelo Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), em Osório, RS, Brasil.

Márcio Vinícius Fagundes Donadio, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil.

Doutor em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, RS, Brasil; professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, RS, Brasil.

João Paulo Heinzmann-Filho, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), Osório, RS, Brasil.

Doutor em Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, RS, Brasil; professor do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), em Osório, RS, Brasil.

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Publicado

2021-07-08

Como Citar

Ruckert, D. O., Donadio, M. V. F., & Heinzmann-Filho, J. P. (2021). Intervenções de fisioterapia respiratória utilizadas durante a hospitalização de crianças e adolescentes com asma: Relatos profissionais. Scientia Medica, 31(1), e39356. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2021.1.39356

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