Internações e custos hospitalares por quedas em idosos brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2020.1.35751

Palavras-chave:

acidentes por quedas, indicadores básicos de saúde, gastos hospitalares, idosos, Brasil

Resumo

Objetivos: verificar o número e as causas de hospitalizações por quedas em idosos brasileiros, além dos gastos federais do Sistema Único de Saúde (SUS), no período de 2000 a 2018.
Métodos: trata-se de um estudo ecológico, utilizando informações disponíveis na base de dados do Departamento de Informática do SUS. Foram coletados dados de idosos (≥60 anos) que internaram no SUS devido às quedas no período de 2000 a 2018 no Brasil. Extraíram-se o número de hospitalizações no País e nas regiões (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), as causas das quedas (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10) e o valor de gastos federais. Para fins estatísticos, utilizou-se análise descritiva.
Resultados: totalizaram-se 1,48 milhões de hospitalizações por quedas em idosos no Brasil, com uma taxa de 38,6 a cada 10 mil. As principais causas desses registros no DATASUS foram as “quedas sem especificações”, as “outras quedas no mesmo nível” e as “quedas no mesmo nível por escorregão, tropeção ou passos em falsos”. Em relação às localidades, os idosos pertencentes às regiões Sudeste (47,1), Sul (44,1) e Centro-Oeste (40,4) foram aqueles que apresentaram maiores medianas das taxas de hospitalizações por quedas no período analisado. Entretanto, o Nordeste (variação%=0,4), o Sul (variação%=0,2) e o Centro-Oeste (variação%=0,2) demonstraram maiores elevações desse indicador ao longo dos 18 anos, enquanto apenas a região Norte apresentou redução (variação%=-0,5). A mediana de gastos hospitalares federais (milhões) foi de R$135,58, variando de R$112,89 até R$194,98.
Conclusões: houve aumento das taxas de hospitalizações por quedas em idosos no SUS em quase todas as unidades federativas. As causas mais frequentes foram as “quedas sem especificações”, as “outras quedas no mesmo nível” e as “quedas no mesmo nível por escorregão, tropeção ou passos em falsos”. Além disso, ocorreu elevação dos gastos hospitalares federais ao longo do período no País.

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Biografia do Autor

Filipe José da Silveira, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), Curso de Fisioterapia, Osório, RS

Fisioterapeuta, graduando pelo Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC, Osório, RS, Brasil).

Vinícius da Silva Lessa de Oliveira, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), Curso de Fisioterapia, Osório, RS

Fisioterapeuta, graduando pelo Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC, Osório, RS, Brasil).

Frederico Orlando Friedrich, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Programa de Pós Graduação em Pediatria e Saúde da Criança, Porto Alegre, RS

Fisioterapeuta, graduando pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI, Erechim, RS, Brasil), aluno do Programa de Pós-graduação em Pediatria e Saúde da Criança e pesquisador do Laboratório de Fisiologia Respiratória – Centro Infant da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, Porto Alegre, RS, Brasil).

João Paulo Heinzmann-Filho, Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC), Curso de Fisioterapia, Osório, RS

Fisioterapeuta, graduado pelo Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA, Santo Ângelo, RS, Brasil), Mestre e Doutor em Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, Porto Alegre, RS, Brasil). Professor titular do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Cenecista de Osório (UNICNEC, Osório, RS, Brasil).

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Publicado

2020-07-24

Como Citar

da Silveira, F. J., de Oliveira, V. da S. L., Friedrich, F. O., & Heinzmann-Filho, J. P. (2020). Internações e custos hospitalares por quedas em idosos brasileiros. Scientia Medica, 30(1), e36751. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2020.1.35751

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Artigos Originais

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