Tempo e cinema: um diálogo entre Aby Warburg e Bill Morrison
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2019.2.32427Palavras-chave:
Aby Warburg. Bill Morrison. Walter Benjamin.Resumo
A problematização do caráter performático de Aby Warburg, aplicado ao Atlas de imagens Mnemosyne (1924-1929), em diálogo com a obra multimídia de Bill Morrison, Decasia (2001), é o nosso foco. A partir da penetração nas camadas do tempo e da materialidade das imagens operadas por ambos, investigaremos alguns dos conceitos-chave do historiador da arte – como a iconologia dos intervalos, a sobrevivência (Nachleben) das imagens, os movimentos pendulares (dinamograma) e as forças móveis das Pathosformeln – em contraponto com outros autores que desenvolveram pensamentos paralelos (Benjamin, Vertov, Epstein). Nosso objetivo é a ampliação das perspectivas sobre a natureza do cinema – explicitada no trabalho arqueológico e, ao mesmo tempo, transcendental do cineasta – apoiada no pensamento de Warburg sobre as particularidades das imagens.
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