Política da narrativa sobre o corpo feminino em programa especializado em saúde
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2020.1.37504Palavras-chave:
Narrativa jornalística, Mulher, BiopolíticaResumo
Este trabalho discute a política da narrativa sobre o corpo feminino no programa Bem Estar, da Rede Globo, especializado na cobertura de saúde. Voltado para um público majoritariamente composto por mulheres, é caracterizado por seu formato híbrido e pelo gênero utilitário, produzindo sentidos sobre o corpo, a saúde e a doença. A mulher, como centro destas matérias jornalísticas, surge com um corpo vigiado, tanto do ponto de vista ético, como estético, na perspectiva foucaultiana acerca do saber-poder da medicina e suas implicações na biopolítica. A partir da análise de dez edições do programa e de incursão etnográfica na redação, problematizamos três narrativas sobre o corpo feminino: a primeira mirando-o como objeto da higienização; a segunda como corpo suscetível à doença e a terceira como corpo materno. Conclui-se que a política da narrativa jornalística sobre o corpo feminino favorece o predomínio do discurso da ciência em detrimento de saberes outros, além de situar a mulher como eixo preferencial do biopoder.
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