Imaginário coletivo: estudos do sensível na teoria do jornalismo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2010.3.7382Palavras-chave:
Jornalismo, imaginário, epistemologiaResumo
Estudar o imaginário na imprensa supõe, de antemão, questionar os fundamentos que vêm sustentando uma Teoria do Jornalismo bastante difundida no ensino e pesquisa desta área no país – os da objetividade, imparcialidade, clareza e exatidão. Inserida na camisa-de-força da realidade factual e comprovável empiricamente, esta teoria ignora ou recusa as manifestações sensíveis e emocionais, simbólicas e míticas do mundo imaginário, percebidas aquém e além do que nos mostram os recursos do racionalismo e que estão presentes rotineiramente nas temáticas diversas da cobertura jornalística. A questão exige discutir o conceito de imaginário na relação entre sensibilidade e razão, fazendo a opção por uma teoria mais aberta e ampla para investigar o fenômeno jornalístico, o que requer não somente um gesto mais acolhedor quanto à relevância do cotidiano e do senso comum nas teorias jornalísticas, mas uma atitude epistemológico-metodológica mais compreensiva do que explicativa.Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Afonso. A narrativa jornalística para além dos fait-divers. Lumina, Juiz de Fora, v. 3, n. 2, p. 69-91, jul./dez. 2000.
BARROS, Ana Taís M. Portanova. O iconoclasmo no jornalismo. Sob o nome de real: imaginários no jornalismo e no cotidiano. 2003. Tese (Doutorado) – ECA/USP, São Paulo, 2003.
BIRD, Elizabeth. The anthropology of news and journalism: why now? In: BIRD, Elizabeth. The anthropology of news and journalism: global perspectives. Bloomington: Indiana University Press, 2009.
BIRD, Elizabeth; DARDENNE, Robert. Mito, registro e histórias: explorando as qualidades narrativas das notícias. In: TRAQUINA, Nelson. Jornalismo: questões, teorias e estórias. Lisboa: Vega, 1993.
CAREY, James. A cultural approach to communication. In: CAREY, James. Communication as culture: essays on media and society. London: Routledge, 1992, p. 13-36.
______. Media, myths and narratives: television and the press. Newbury Park, Sage, 1988.
COMAN, Mihai. News, stories and myth: the impossible reunion? In: ERIC W. Rotherbuhler e Mihai Coman (Eds.). Media anthropology. Thousand Oaks. CA: Sage. 2005a.
DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1988.
______. As estruturas antropológicas do imaginário; introdução à arquetipologia geral. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
______. O imaginário: ensaio acerca das ciências e da filosofia da
imagem. Rio de Janeiro: Difel, 1998.
LEGROS, Patrick et al. Sociologia do imaginário/Frédric Monneyron, Jean-Bruno Reanrd. Patrick Legros e Patrick Tacussel. Porto alegre: Sulina, 2007. (Coleção Imaginário Cotidiano).
LÉVI-STRAUSS, C. O pensamento selvagem. Campinas, SP: Papirus, 1989.
LULE, Jack. Daily news, eternal stories; the mythological role of
journalism. New York: The Guildford Press, 2001.
LULE, Jack. News as myth: daily news and eternal stories. In: ERIC W. Rotherbuhler e Mihai Coman (Orgs.). Media anthropology. Thousand Oaks.CA: Sage, 2005, p. 101-110.
MACHADO, Marcia Benetti. Jornalismo e a lógica transversal do imaginário. In: II SBPJor, 2004, Salvador. Anais do II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Salvador: UFBA, 2004.
______. Jornalismo e imaginário: o lugar do universal. In: Dimas Kunsch. (Org.). Esfera pública, redes e jornalismo. São Paulo: E-papers, 2009, p. 286-298.
MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
______. O imaginário é uma realidade (entrevista). Revista Famecos: mídia, cultura e tecnologia, Porto Alegre, v. 1, n. 15,
p. 74-82, ago. 2001.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Cartografias culturales de la sensibilidad y la tecnicidad, texto oferecido no minicurso ECA/USP, agosto de 2008. (Texto fragmento de artigo intitulado Razón técnica y razón política: espacios/tiempos no pensados, Revista Ciencias de la Comunicación, n. 1, São Paulo, 2005).
MORETZOHN, Sylvia. Pensando contra os fatos: jornalismo e cotidiano, do senso comum ao senso crítico. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
MORIN, Edgar. A inteligência da complexidade. São Paulo: Peirópolis, 2000.
______. O cinema e o homem imaginário; ensaio de antropologia. Lisboa, Portugal: Relógio D’Água/Grande Plano, 1997.
PATAI, Raphael. O mito e o homem moderno. São Paulo: Cultrix, [s.d.].
PITTA, Danielle Perin Rocha. Iniciação à teoria do imaginário de Gilbert Durand. Rio de Janeiro: Atlântica Editora, 2005.
RESENDE, Fernando. Falar para as massas, falar com o outro: valores e desafios do jornalismo. (no prelo, Editora Autêntica/UFMG, Belo Horizonte).
SERELLE, Marcio. Jornalismo e guinada subjetiva. Estudos em Jornalismo e Mídia, Florianópolis, SC, ano VI, n. 2, p. 33-44,
jul./dez. 2009.
SILVA, Juremir Machado. A questão da técnica jornalística: cultura e imaginário. Revista Famecos: mídia, cultura e tecnologia, Porto Alegre, n. 39, p. 13-18, ago. 2009.
______. As tecnologias do imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2006.
SILVA, Gislene. Jornalismo e construção de sentido: pequeno inventário. Estudos em Jornalismo e Mídia, Florianópolis, ano II, n. 2, p. 95-107, 2005.
______. De que campo do jornalismo estamos falando? Matrizes, USP, v. 1, p. 197-212, 2009.
______. Sobre a imaterialidade do objeto de estudo do Jornalismo, e-compós, v. 12, p. 1-14, 2009.
SILVA, Gislene. O sonho da casa no campo: jornalismo e imaginário de leitores urbanos. Florianópolis: Insular, 2009.
SODRÉ, Muniz. As estratégias sensíveis afeto, mídia e política.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
SUSCA, Vicenzo. Nos limites do imaginário: o governador Schwarzenegger e os telepopulistas. Porto Alegre: Sulinas, 2007.
VOGEL, Daisi. A ficção do relato jornalístico. Caligrama – Revista de Estudos e Pesquisas em Linguagens e Mídia, São Paulo, v. 1, n. 3, set./dez. 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Derechos de Autor
La sumisión de originales para la Revista Famecos implica la transferencia, por los autores, de los derechos de publicación. El copyright de los artículos de esta revista es el autor, junto con los derechos de la revista a la primera publicación. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente a Revista Famecos como el medio de la publicación original.
Creative Commons License
Excepto donde especificado de modo diferente, se aplican a la materia publicada en este periódico los términos de una licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional, que permite el uso irrestricto, la distribución y la reproducción en cualquier medio siempre y cuando la publicación original sea correctamente citada.