Mario Cravo Neto e a poética da mitologia afro-brasileira
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2020.1.34080Palavras-chave:
Fotografia Documental, Mario Cravo Neto, ExuResumo
Este artigo aborda a atuação de Mario Cravo Neto no processo tanto de transposição das fronteiras que insistiam em separar o documentário fotográfico das artes visuais no Brasil quanto de questionamento dos padrões historicamente instituídos sobre a chamada “fotografia documental”. Para isso, analisa o seu livro Laróyè, no qual Cravo Neto, a partir de fotografias de pessoas, animais, cores, objetos e situações registradas nas ruas de Salvador, Bahia, sugere a presença do orixá Exu. Ao ampliar as possibilidades de produção e uso do documento fotográfico a partir de estratégias técnicas, estéticas e conceituais que mais se aproximam daquelas adotadas em projetos de caráter artístico, rompe não com a documentação em si, mas com os seus modelos tradicionais baseados na ideia de fotografia como reprodução fiel da realidade.
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